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A era da aprendizagem

Atualizado: 13 de ago. de 2021

Atualmente, vivemos em um mundo em transição. Onde novas tecnologias trazem novas oportunidades em um ritmo cada vez mais veloz. Trazendo uma era mais complexa e instável, gerando assim, a necessidade de um aprendizado contínuo, eficiente e muito diferente dos padrões atuais. Estamos iniciando a “Era da aprendizagem”.


Por Wilson Ziolli

20 de agosto de 2019.



Ainda estamos no início de uma fase de transição no mundo corporativo e, também, em nossas vidas. As novas tecnologias prometem revolucionar com os padrões atuais das empresas, dos mercados e, claro, dos profissionais. Ainda estamos no início, porém, já sabemos, que a velocidade desta evolução é exponencial. Somente quem conseguir acompanhar esse ritmo, irá aproveitar as melhores oportunidades de mercado e de trabalho. Quem não acompanhar poderá amargar falência, ou o insucesso profissional.


Por estes motivos as grandes empresas correm contra o tempo. Uma vez que terão, que se transformar e muito, para se adaptar aos novos modelos de negócios e o mesmo acontece com os profissionais. Os profissionais, que almejarem ser bem sucedidos, terão, que entender, se atualizar e aprender como se encaixar nesse novo modelo de negócio e de atuação no mercado de trabalho. Contudo, como aprender? Como se atualizar às novas tecnologias? Aos novos modelos de gestão? Às novas gerações? Às novas empresas? Às novas profissões? Faço uma nova faculdade? MBA? Eis que encontramos um novo desafio, pois as escolas e instituições atuais estão preparadas para atender essas novas necessidades?


Para tentarmos responder essas e muitas outras questões, precisamos entender a situação que vivemos.


Como já comentamos, as novas tecnologias trouxeram uma série de novas oportunidades, que culminaram no surgimento de novas empresas, popularmente chamadas de “startups”. Estas, de forma dinâmica e ágil, conseguiram trazer novos modelos de negócios, originando novos mercados mais promissores e bem diferentes dos modelos tradicionais. A medida que novas tecnologias aparecem, novas empresas surgem e, consequentemente, novos mercados. Esse ritmo vem aumentando, a medida que são criadas novas tecnologias ou explorado todo potencial das já existentes, seja de forma mais racional ou com novos conceitos. Esse ritmo vem aumentando, trazendo consigo uma série de inovações na forma de atuar das empresas, modificando conceitos, formas de gerir e de atuar. Revolucionando o mundo corporativo.

Consequentemente, as empresas tradicionais correm contra o tempo para se adaptarem a esse novo mundo, que exige uma agilidade, no qual elas não conseguem ter nos dias atuais. Essa transformação é complexa e incerta, pois ainda estamos em período de transição, porém as novidades surgem de um dia para o outro, quem for mais rápido, conseguirá captar e transformá-las em oportunidades. Dessa forma, profissionais que entendam e saibam atuar nesse novo modelo de negócio são essenciais, para que a empresa passe por essa fase de transição e seja bem sucedida, porém, ainda são poucas que entenderam e conseguem surfar nessa onda. Ao mesmo tempo, que há uma grande gama de pessoas ávidas a agarrar essas novas oportunidades, contudo ainda não sabem como entender, ou como aprender, ou como se preparar para essas novas necessidades.


Esse gap, ou essa lacuna entre os profissionais e as novas necessidades do mercado de trabalho, existe por vários motivos, como: falta de visão do profissional; ou pelas empresas não terem enxergado, que essa transição era eminente e rápida; ou porque não há um sistema educacional capaz de atender essa demanda; entre outros motivos.

Há diversos porquês e alguns ainda nem estão claros, talvez, somente no futuro teremos essas questões elucidadas. Contudo, uma razão é fato: o modelo atual de aprendizagem não atende mais as demandas atuais do mercado, independente da qualidade da instituição, do nível ou até mesmo do país. Um prova disso, seria a atual postura de várias startups,que não exigem mais certificados ou diplomas para contratar o profissional. Eles buscam profissionais com certas habilidades e experiências, condizentes com as posições a oferecer. Isso é válido para todos os níveis da organização.


Tal postura decorre, principalmente, da velocidade imposta por esse novo mundo. Há muitas startupsjá com dificuldade de acompanhar esse ritmo, agora, imagina as empresas tradicionais? Estas estão passando por uma forte fase de transformação para se adaptarem, o que não é rápido para uma grande corporação, além de exigir muito investimento. Agora, imagina as instituições de ensino. A velocidade de aprendizado das novas tecnologias, entender os novos mercados, compreender e transmitir é ainda mais lento, ou seja, há uma grande dificuldade, inclusive das melhores no mundo, para acompanhar esse ritmo, de forma, que entendam, compreendam e transmitam todo esse novo conhecimento, que vem surgindo e sendo originado.

Pelos diversos artigos lidos, reportagens, depoimentos de especialistas, podemos afirmar, que as instituições não conseguem acompanhar esse ritmo. Dessa forma, temos uma grande lacuna, pois muitos profissionais hoje ainda não sabem, como se atualizar e se preparar para esse mundo novo, uma vez que o modelo atual de ensino não os atendem mais.


Assim como os mercados, as empresas e os profissionais, as instituições de ensino, também, terão que passar por uma forte transformação para se adaptar a essa nova realidade. Como já mencionamos várias vezes, ainda é uma fase de transição, que deverá durar anos, até que todas as tecnologias estejam disponíveis e maduras para a sua utilização. Ainda há muitas dúvidas e incertezas, justamente, por estarmos em uma fase inicial. Podemos dizer, que estamos numa estrada longa, com muitos carros trafegando por ela, porém estamos dirigindo sob uma forte cerração, uma densa neblina. Não conseguimos enxergar aonde vamos parar, mas sabemos que é o caminho. Há vários indícios, que nos mostram qual o caminho certo a seguir.


Dessa forma, ainda não temos um novo modelo de aprendizagem para adotarmos. Para se ter uma ideia, o modelo atual surgiu no século XIV e vem sendo utilizado até os dias atuais. Com muitas adaptações e evoluções, mas que ainda segue o modelo de um professor na frente de uma sala de aula com vários alunos. Esse modelo foi muito bem sucedido e nos trouxe aos dias atuais, porém terá que ser superado e atualizado. Um novo modelo deverá surgir, já há uma série de tentativas e metodologias sendo aplicadas, porém ainda não há um formato consagrado. Entretanto, já há algumas certezas:

  1. O modelo atual não atende as novas necessidades;

  2. A complexidade do mundo será oriunda das diversas tecnologias e conceitos, que surgirão num ritmo cada vez mais frenético e o ensino, também, terá que acompanhar essa velocidade;

  3. O nosso período de aprendizagem não terminará em uma graduação, ou em um doutorado, como ainda é hoje em dia. Ela será contínua e durará a vida toda.


Estas certezas confirmam a necessidade de mudança e de adaptação do modelo de aprendizagem. Hoje em dia, já não podemos mais esperar por 2 anos por um MBA para conseguir um conhecimento de empreendedor, ou alguma matéria voltada aos negócios, temos que ser mais ágeis, pois, caso contrário, perderemos uma oportunidade iminente. A situação ainda é nebulosa, com comentamos, mas já há uma luz forte no fim do túnel.

Os padrões atuais de aprendizagem já vêm sofrendo alterações e, nos dias atuais, pra que o profissional consiga conciliar as atividades do dia a dia com o seu aprendizado, requer muito jogo de cintura e uma nova postura. Para que, possa se preparar, não haverá outro jeito, ele terá que aprender sobre as novas tecnologias, as novas metodologias de processo e de gestão, novas formas de liderança e de atuação, entre outros temas. Isso é válido para todos os níveis de profissionais, desde um assistente até um CEO de empresa. Em todos os campos há mudanças e haverá muitas outras nesse mundo em transformação. Porém, por serem assuntos muito novos e não maduros, não encontrarão em universidades ou instituições de renome. Terão que aprender a buscar a informação.


Uma vantagem do mundo atual é justamente termos, praticamente, tudo disponível na internet. Contudo, a fonte é o grande obstáculo. Precisamos saber se uma fonte de aprendizagem é realmente confiável. Obviamente, as grandes universidades mundiais, ou instituições mais atuais, como a Singularity, estão alguns passos na frente, mas nem sempre temos acesso a estas, ou precisamos estar nelas para aprender. Há muitas opções e saber garimpar isso é um grande diferencial atualmente.


Contudo, não há dúvidas, que a aprendizagem está na moda e não sairá tão cedo! Nós teremos, que estudar a vida toda, caso queiramos nos manter atrativos para os mercados e negócios. Isso é válido para todos, pois o mundo está em transformação. Por exemplo, se um líder quer uma equipe motivada, comprometida, inovadora ou diferenciada, ele terá que fomentar a aprendizagem para todos, inclusive para si, pois o “walk the talk”(tradução livre: fazer o que fala) será cada vez mais importante para se ter uma equipe de alta performance. Lembrando que antes os times tinham um chefe. Agora, passaram a ter um líder (via de regra), mas em um futuro próximo, o líderes serão apenas mais um elemento em um time. Provavelmente, em breve, o mercado deverá intitular o líder com algum novo nome para diferenciá-lo do “líder” atual, pois essa mudança é inevitável. A hierarquia deverá deixar de existir e participação em grupo será fundamental para o sucesso da área.


Dessa forma, como o modelo atual de ensino não atende mais a necessidade atual, o profissional terá que se reinventar e aprender como buscar o aprendizado, desde o tema até o local, ou a forma de aprender. O tempo ainda será escasso e ele deverá levar isso em conta, no entanto, ainda há espaços, que podem ser atacados e podem se transformar em um momento de aprendizagem. Por exemplo, o tempo despendido no celular. Para vocês terem uma ideia, o brasileiro perde em média 4 horas por dia no celular em redes sociais. Obviamente, que precisamos de tempo para relaxar, descansar a mente, rir, se divertir e etc. Porém, o Brasil é um dos países, onde se gasta mais tempo nesse tipo de aplicativo ou ambiente. Por isso, por que não utilizar parte desse tempo com a aprendizagem? É apenas um exemplo dentre outras possibilidades.


Parece algo simples, ou irrelevante, porém muitos já chamam esse pequeno momento de microlearningou, numa tradução livre, micro aprendizagem. Alguns especialistas dizem que se utilizarmos 15 minutos por dia do nosso dia aprendendo alguma coisa, já é um bom tempo. Este aprendizado não necessariamente precisa ser em uma sala de aula, há várias formas, como os podcasts. Este formato vem sendo bem utilizado e angariando cada vez mais adeptos no mundo todo. Aplicativos e podcastscomo: CBN Professional, 12 minutos, entre outros, tentam ao menos introduzir um assunto, ou uma tendência, ou alguma informação relevante para o seu entendimento e isso já podemos considerar como um momento de aprendizagem. Por que não utilizar o seu momento no trânsito, ou de ida ao trabalho, como um momento de aprendizagem?


Além dos podcasts, a leitura volta com força total. Desde artigos, revistas de negócios, casesde sucesso, tudo é fonte para o entendimento desse mundo em transformação. Ler muito é o mais recomendável, uma vez que não há maturidade nas inovações, que já estamos presenciando. Elas ainda são recentes e não geraram informações suficientes para termos uma resposta definitiva. Então ler sobre sucessos e fracassos de startups, atuais e novas tecnologias são leituras obrigatórias para o profissional moderno e atual se capacitar. A gama de informação e incerteza é tão grande, que alguns especialistas vêm sugerindo um ano sabático. Mas não um ano sabático nos moldes anteriores, onde buscávamos a tranquilidade, o equilíbrio emocional, mas sim, um ano sabático de aprendizagem.

Esse ano poderia ser divido em etapas, sendo os 6 primeiros meses para fazer cursos no exterior relacionados a esse novo mundo, ou às novas tecnologias, ou conceitos e assim por diante. Os 3 meses seguintes seriam para estudo do que foi visto, transformando este conhecimento em aprendizado de fato. Já os últimos 3 meses, deveriam ser direcionados para se preparar para uma nova jornada no mundo corporativo. A ideia desse ano é se transformar e se tornar um profissional preparado para enfrentar os novos desafios. Obviamente, que cada um possui um tempo de aprendizagem e depende dos objetivos de cada um. Este seria apenas um exemplo e uma forma do profissional entender e se adaptar a essa nova realidade.


Além disso, essa “receita”, não é viável para muitos, mas é uma tendência muito forte e clara para muitos profissionais, principalmente, os executivos e as gerações anteriores a Geração Y, que vivem, atualmente, um momento de pivotagem das carreiras. Não se trata de um choque para forçar uma rápida adaptação ao mundo moderno, mas um momento de ruptura e entendimento do antigo e do novo. Aprender a atuar com as novas tecnologias, novos conceitos, que estão muito mais voltados a um propósito e a atuação em time, do que estar voltado somente aos resultados. Aprender a atuar em equipes com diversas gerações e conceitos, atuar com a diversidade em sua forma mais ampla e não somente restrito a raças, gêneros, mas diversidade nas origens, conceitos e outras importantes vertentes. Estes aprendizados são e serão importantíssimos para se desempenhar bem e ser bem sucedido na sua carreira. Tudo é muito novo e se adaptar a essa nova realidade nem sempre é simples ou fácil.


Em linhas gerais, podemos dizer que entraremos na era da aprendizagem, pois só assim, conseguiremos nos manter atualizados e atrativos para os mercados, empresas e para os negócios em geral, independentemente do tamanho ou posição. Aprender será para a vida toda e estará cada vez mais distante das escolas, universidades e instituições de ensino. Nós teremos que aprender a buscar as fontes e os temas, que serão importantes para o momento. Teremos que encontrar tempo e alternativas para conseguirmos ler muito, escutar muito e assim aprendermos sobre os temas relevantes e assuntos, que nos ajudem a melhorar as nossas habilidades e conhecimentos. Momentos alternativos, fontes diferentes serão extremamente enriquecedores para a nossa experiência e para tornar esse momento de aprendizagem em um aprendizado de fato.

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