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As tecnologias do futuro

Atualizado: 13 de ago. de 2021

Parte integrante do artigo: As novas tecnologias, capítulo 3 de 3.


As tecnologias do futuro não somente trarão uma revolução em nossas vidas, mas modificarão o mundo, que conhecemos atualmente. Suas consequências ainda não são claras, mas através de fatos reais e imaginação, tentaremos traçar os seus efeitos para o futuro do mundo corporativo.


Por Wilson Ziolli

15 de fevereiro de 2019.



Obviamente, que é uma tarefa complicada relacionar as tecnologias do futuro, tendo em vista a quantidade em desenvolvimento atualmente. Como comentado na publicação inicial: “A novas tecnologias”, focaremos nos seguintes temas: Veículos autônomos, nanotecnologia, genética, organismos cibernéticos e computação quântica. Aparentemente, são temas desconexos, porém, as suas origens não são tão distantes assim. Lembrando que o nosso intuito é apenas entendermos as tecnologias e não detalharmos estas. Posteriormente, analisaremos os seus impactos no mundo corporativo em artigos, onde discutiremos as suas consequências nas nossas vidas profissionais.


Como na publicação anterior: “As tecnologias do amanhã”, iremos comentar cada uma dessas, como funcionam e o que podem nos propiciar. Diferentemente do anterior, os temas relacionados possuem uma maturidade diferente e, por isso, para estes, além de pesquisarmos muito sobre os temas, teremos que exercer um pouco da nossa imaginação para projetarmos aonde elas poderão nos levar. Nossa ideia é extrapolarmos os potenciais de cada uma destas. Entender o que temos de dados e fatos, os objetivos traçados e as tendências para um futuro próximo, ou melhor, para daqui uns 10 anos, talvez.


Veículos Autônomos

“Os Jetsons” se enganaram! O famoso desenho produzido pela Hanna-Barbera possui uma visão de futuro única com robôs, vídeo comunicação, veículos voadores, entre outras facilidades, que sempre nos fizeram sonhar. Mas já não existe tudo isso? A maioria das delas... sim, mas eles dirigiam os seus veículos voadores e... acho, que isso, sinceramente, não irá acontecer.


Há diversas empresas trabalhando fortemente no lançamentos dos primeiros veículos autônomos, entre elas, grandes montadoras, como Ford, Volvo e General Motors. Porém, por um outro lado, grandes empresas de tecnologia, também, estão investindo muito nestes veículos, como a Apple (Não oficialmente), a Google (Alphabet) e outras, ou seja, teremos o encontro de dois grandes mercados de consumo: o automobilístico e o de tecnologia. Contudo, quando falamos de veículos autônomos, logo imaginamos os carros, pois são os mais prováveis e, também, são a maior fonte de reportagens a respeito. Mas, devemos ir além disso. Carros voadores, ou drones autônomos para transporte de pessoas, tratores autônomos, aviões, submarinos, helicópteros... todos os veículos, que conhecemos autônomos. Mas não somente estes, novos veículos autônomos criados para certas finalidades, como: veículos de entrega de mercadorias automatizados, ou trailers, ou até casas móveis, ou seja, há uma infinidade de possibilidades e estas podem mudar as nossas vidas radicalmente.


Os primeiros carros autônomos deverão estar na ruas já no próximo ano, segundo algumas previsões atuais. Devemos ter um início tímido, pois exigirá uma série de transformações nas cidades, para que esses veículos sejam homologados e liberados totalmente. Portanto, acreditamos que ainda tenhamos mais uns 5 anos ou mais, para os vermos dominando as ruas das grandes cidades. Os impactos dessa nova tecnologia vão além do trivial. Imaginem a possibilidade de veículos sem motoristas, como: carros, ônibus, motoboys, motocicletas rodando em toda a cidade? Ainda mais se esses veículos forem elétricos, que é a grande tendência, como ficariam as grandes cidades?


Provavelmente, dirigir deverá se tornar um hobby, ainda mais veículos com motores a combustão. Dessa forma, imaginem os impactos: Primeiramente os ambientais: cidades com menos poluição (pensando em veículos elétricos), menos barulho nas cidades e sem transito. Pontualidade nos compromissos e maior disponibilidade, pois as viagens serão programadas e calculadas com assertividade, ou seja, sem viagens desnecessárias ou tempo perdido no transito. Impactos profissionais e sociais: Acaba-se a necessidade de seguro de automóvel, pois não há mais acidentes, não teremos mais taxistas, motoboys, carteiros... profissões sendo extintas. Até mesmo os aplicativos de mobilidade com motoristas serão eliminados. Armazéns completamente automatizados. No campo, teremos grandes impactos também, pois será possível tratores e drones autônomos, toda a plantação sendo feita com poucas pessoas, praticamente, só com máquinas. Quase toda a indústria e agricultura funcionando com poucas pessoas na gestão e na operação.


Dessa forma, os impactos poderão ser positivos, como cidades mais limpas e menos barulhentas, mas também, poderão ser negativos, como a eliminação de várias posições de trabalho. O mercado de automóveis, por exemplo, deverá ser restrito a colecionadores ou a esportistas. As grandes empresas focarão na fabricação de veículos autônomos e a utilização destes, deverá ser via prestação de serviço, como um “Uber” autônomo, ou a contratação de pacotes, por exemplo, da Audi, onde terão somente carros autônomos desta marca. Contudo, serão criados novos mercados, ou novas possibilidades, como casas móveis: não terei mais um endereço, poderei morar em São Paulo por uma semana e depois, morar no Rio de Janeiro na outra semana. Carros escritórios poderão ser úteis dependendo do negócio, como ter um centro de criação de produtos itinerante. Para criar, o escritório pode estar numa praia. Para testar, poderia estar num grande supermercado, ou shopping. Caso precise viajar, poderei ir no meu escritório, aproveito para ir trabalhando sem me importar com velocidade, caminho, combustível. Como a história sempre nos mostrou, sempre que há uma revolução tecnológica, mercados e postos de trabalho são eliminados, porém novos são criados. Provavelmente, é o que acontecerá com a revolução, que os veículos autônomos nos trarão. Mas acho, que “Os Jetsons” ficariam chateados em saber, que estarão no passado.


Nanotecnologia

Em sua concepção, trata-se do entendimento e controle da matéria em nano escala de 1 a 100 nanômetros. Parece algo bem pequeno, mas como algo assim pode impactar tanto as nossas vidas? Para que vocês tenham uma ideia, a espessura de uma folha de jornal tem em média 100.000 nm, ou seja, é algo que não pode ser visto a olho nu, mas suas consequências poderão causar enormes impactos em nosso cotidiano.


A nanotecnologia já existe há algum tempo, desde a década de 90 e só foi possível após a criação do Microscópio de corrente de tunelamento, ou em inglês, STM (Scanning Tunneling Microscope). Com esse equipamento foi possível observar moléculas e átomos e, dessa forma, também, a manipular a matéria em escala atômica com mais precisão, abrindo assim, diversas possibilidades de manipulações em qualquer tipo de estrutura atômica. Podemos dividir essa manipulação em três grandes vertentes da nanotecnologia: a química, a eletrônica e a biológica, ou seja, graças a essa tecnologia, será possível evoluir com os nossos 3 próximos tópicos: a genética, organismos cibernéticos e a computação quântica.


Como se trata de uma tecnologia já existente desde os anos 90, já há uma série de produtos, que já estão sendo vendidos e utilizados por nós, como por exemplo: as películas ultrafinas de toque dos celulares, catalisadores automotivos, os displays das televisões atuais, chips semicondutores, alguns tipos de polímeros, entre outros. Contudo, acreditamos que ainda estamos no início de explorarmos todo o seu potencial. Graças a nanotecnologia é possível obtermos materiais mais leves, mais resistentes, até mesmo mais baratos para serem utilizados e fabricados, sendo possível a miniaturização dos produtos a fabricação de materiais, que até então, seriam inviáveis. Um exemplo seria a fabricação do grafeno, que pode ser ampliada após diversos estudos, a fim de identificar a melhor forma de fabricá-lo. Para quem não conhece, o grafeno é uma das formas cristalinas do carbono, sendo considerado mais revolucionário que o silício e o plástico. Pois se trata de uma material extremamente forte, leve, , quase transparente e um excelente condutor de calor e eletricidade. Resumido, possui uma grande aplicabilidade.


A obtenção de materiais, como o grafeno, estariam enquadradas na vertente química. Já no ramo biológico, também, nós já conhecemos bem, um exemplo seria a genética, como principal benefício. Com a nanotecnologia está sendo possível entendermos melhor as cadeias cromossômicas, termos um melhor controle destas e, além disso, termos a possibilidade de manipulação dos arranjos moleculares. O que irá gerar uma série de oportunidades, onde detalharemos no próximo tópico. Entretanto, como já comentamos anteriormente, as novas tecnologias trazem diversos aspectos positivos, mas também trazem possibilidades negativas no nosso ponto de vista. Como a criação de armas biológicas, ou materiais, que gerem contaminações e reações químicas indesejadas, podendo criar poluição, doenças não previstas com difícil reversão ou cura.

A última vertente, a eletrônica, a miniaturização é o que mais chama atenção. Podendo gerar computadores mais leves, televisões grandes, leves e finas, celulares dobráveis, baterias mais duráveis e outras possibilidades, que estão sendo geradas. Um outro exemplo, que podemos imaginar, seria o barateamento da energia elétrica. A combinação de materiais e da eletrônica nanotecnológica, pode originar células fotovoltaicas mais eficientes e mais baratas, podendo ser popularizadas e, consequentemente, como um dos benefícios, a possibilidade de processos de dessalinização mais eficientes (processo com alto consumo de energia, que gera água potável, através da água salgada) e, também, mais baratos. Resolvendo assim, o problema de água do planeta, já que o mar poderia se tornar uma fonte viável.

Contudo, talvez, o ganho mais esperado dentro da nanotecnologia eletrônica será o advento do computador quântico, que iremos tratar mais adiante. Tal equipamento irá abrir um leque de oportunidades, talvez, ainda não visto por nós. Aumentando e muito o nosso potencial de análise, conhecimento e entendimento da vida.


Genética

Quando falamos em genética, normalmente, não pensamos como sendo algo tecnológico, mas sim, uma parte da biologia, uma vez que, por concepção, a genética é o estudo dos genes. Contudo, graças as tecnologias disponíveis hoje e no futuro, a genética poderá ser compreendida e manipulada em todo o seu potencial, dando um salto, ainda não visto.


O início dos estudos genéticos se iniciaram com Mendel, um pouco antes de 1900 e seu entendimento aconteceu durante as primeiras décadas de 1900. Os primeiros estudos da genética aconteceram com foco na hereditariedade e as primeiras manipulações aconteceram ainda na pré-história com o cruzamento de animais e plantas, visando melhorar as espécies. Sendo assim, poderíamos diferenciar a genética em duas grandes vertentes, que seriam: a humana e um segundo grupo formado por animais e os vegetais. Tal divisão se faz interessante no nosso caso, uma vez que permitirão uma análise mercadológica destes estudos, ou seja, a análise genética humana interessa diretamente os mercados de saúde, incluindo fármacos e, a grosso modo, a genética animal e vegetal, ao mercado da agropecuária. Além disso, lembramos que a manipulação genética já se faz presente no nosso cotidiano, como por exemplo: vegetais transgênicos, raças de cachorros e em análises clinicas. Contudo, o nosso foco, seria o próximo passo da engenharia genética.

Em 2000, vocês podem recordar, 97% do gene humano foi identificado, o que representou uma grande vitória para a ciência humana. Porém, com a identificação, o próximo passo seria a tradução dessa codificação, ou seja, qual a função de cada cromossomo e como se comportam no decorrer da vida. Algo extremamente complexo de se interpretar, ainda mais, se levarmos em consideração, que apenas uma cadeia de DNA humano, caso pudéssemos esticá-la, mediria perto de 2 metros. Agora, imagina a quantidade de informação que temos disponível para todo o gene humano. Estou falando apenas dos seres humanos, mas e os outros animais? E as plantas? A quantidade de informação a ser disponibilizada é enorme. Levaríamos, possivelmente, séculos para traduzirmos todo o gene humano, ou seja, para compreendermos a sua função e funcionamento dentro do organismo. Porém, com as tecnologias do amanhã e do futuro, iremos encurtar em muito, esse tempo de “tradução” do gene humano.


A quantidade de informações disponíveis hoje já é enorme e com o Big Data e a possibilidade de utilizarmos por nuvem, facilita a armazenagem dos dados e a colaboração mundial destes. O problema de armazenagem, aparentemente, foi resolvido, mas como traduzir essa gama de informação? Há duas grandes tecnologias, que irão nos ajudar: Inteligência Artificial (IA) e, em breve, a computação quântica. Com o aumento da velocidade de processamento e a possibilidade da realização de testes e metodologias de análises, será possível atingirmos essa desejada tradução genética. Não somente dos humanos, mas de toda fauna e flora do planeta. Podemos pensar em ressuscitar dinossauros ou outros animais extintos? Talvez, mas há inúmeras possibilidades, que se abrem, com esse conhecimento e com a tecnologia de manipulação dos genes.


As consequências da engenharia genética é controversa e delicada, pois há uma série de benefícios, que podemos imaginar, mas há uma série de questões delicadas, que podem ser despertadas, como por exemplo, gerar animais extintos. Dessa forma, voltando às duas grandes vertentes, no aspecto da agropecuária, a potencialização dos vegetais transgênicos e a disponibilização de superalimentos poderão ser uma realidade. Tirando as questões polemicas, que envolvem esse tipo de alimento, visando apenas a tecnologia da obtenção destes, os vegetais transgênicos poderão ser gerados com muito mais segurança, pois será possível identificar de forma prévia e com mais assertividade, as suas consequências para os consumidores e para o meio ambiente, a fim de se evitar riscos a saúde, o que inclui a eliminação de pesticidas e outros aditivos químicos, além da redução da área plantada e do tempo de colheita. Estes são benefícios extremamente relevantes, ao contar com o aumento da população do planeta. Na área de superalimentos, alimentos com altas dosagens de proteínas já estão sendo desenvolvidos. Um dos produtos que vem sendo estudado e promete revolucionar o mercado gastronômico, será a proteína de insetos. Novamente, vamos retirar as questões polêmicas, que envolvem esse tema, pois não me parece muito atrativo, contudo, serão de fácil produção e ricos em proteínas e outros componentes essenciais para a nossa vida, quem sabe, não os tornam mais atrativos!


Se no âmbito vegetal e animal, esse tema já nos pareceu polêmico, no aspecto humano, a questão é ampliada. A começar pelo viés positivo, provavelmente, teremos a cura de diversas doenças importantes, como: as doenças virais e o câncer, além das doenças neurológicas, como o Alzheimer. Com a decodificação e manipulação genética será possível identificar os cromossomos, que geram o câncer, e substituí-los por cromossomos sadios. Será possível fabricar remédios genéticos exclusivos para cada paciente. Outro ponto positivo e interessante, poderemos ter uma geração de super-humanos, com maior potencial muscular, maior estrutura física e intelectual. Talvez, seja possível, em um determinado momento no futuro, utilizarmos todo o potencial, que nosso corpo nos oferece em termos de intelecto, capacidade respiratória, entre outros aspectos. Aspectos positivos, mas ao mesmo tempo, delicado.


Tal possibilidade, abrirá a portas para a utilização da genética em temas antiéticos. Por exemplo, a seleção dos aspectos físicos de um bebê, como cabelo, sexo, cor dos olhos.. o que poderá ocasionar uma redução da nossa maravilhosa diversidade. No aspecto mercadológico, com a redução das doenças, o mercado da saúde deverá sofrer uma mudança radical, pois com menos doenças, poderemos ter menos hospitais, menos médicos, menos enfermeiros, assim como, o plano de saúde poderá não ser mais necessário, ou seja, o ramo da saúde poderá ser alterado drasticamente. Outros exemplos: a confecção de novos tipos de armas biológicas e o nascimento de super-soldados. Talvez, filmes de supe-heróis poderão se tornar realidade.

O potencial da engenharia genética é enorme, tanto em termos de benefícios, quanto em malefícios. Trata-se de um tema, que deverá ser acompanhando de perto pelos governos e organizações mundiais.


Organismos Cibernéticos

O cinema sempre nos apresentou diversos filmes sobre o tema, desde pessoas com próteses biônicas, a robôs completamente cibernéticos. Talvez, todas essas possibilidades possam acontecer num futuro, mas a associação entre organismos vivos e a tecnologia poderá acontecer antes do imaginado e de formas diferentes. Devendo ser incorporado aos nossos corpos, alterando assim, a nossa capacidade cognitiva e física.


O tema desperta uma série de ideias e imaginações, podendo ser das mais divertidas, as mais assustadoras. O nosso intuito neste caso, é explorar o que deverá estar disponível para nós nos próximos anos, até termos acesso a robôs completamente autônomos. Provavelmente, teremos longos anos até atingirmos um equipamento, que possa se locomover, se expressar e pensar como nós, contudo, os passos para essa evolução já estão sendo dados, há algum tempo. Sendo assim, para entendermos melhor as possibilidades, dividiremos o tema em três tópicos: Saúde, performance e robôs autônomos, porém colocando o maior foco nos dois primeiros. Além disso, estamos considerando como organismos cibernéticos, a associação de elementos eletrônicos com organismos vivos, independente do grau, e os 100% cibernéticos, que seriam os robôs autônomos.

Em breve, os implantes eletrônicos estarão disponíveis no mercado, onde será possível utilizarmos a tecnologia, que já temos acesso, junto aos nossos corpos e, neste caso, incluímos os animais. Um dos primeiros exemplos, seriam as próteses inteligentes, não somente um conjunto mecânico a ser utilizado para a substituição de um membro, mas uma estrutura mecânica, associada a componentes eletrônicos, cuja função será retratar com fidelidade o movimento solicitado, a partir das ondas cerebrais. Dessa forma, equipamentos compostos de uma estrutura eletromecânica e um chip implantado diretamente no cérebro, poderão substituir com perfeição um membro humano, ou até mesmo, para algum animal, como um cachorro de estimação. Um outro exemplo, seria a implantação de chips e sensores em nossos corpos com o intuito de termos todos os nossos registros genéticos, histórico de doenças e a possibilidade do monitoramento instantâneo do nosso organismo, como um Tricorder. Com isso, poderemos ter acesso via celular, as informações como: temperatura, pressão, inflamação, local da infecção, parasitas e outras doenças, a qualquer momento. Além disso, um pré-diagnósitco, ou diagnósticos mais simples poderão ser dados imediatamente sem a intervenção médica com o auxilio da Inteligência Artificial.


No que tange o aspecto da performance, há um amplo campo de utilização e, de certa forma, podemos dizer, que será uma evolução dos equipamentos a serem destinados para a saúde, podendo ser considerado um segundo passo na evolução dos organismos cibernéticos. Uma vez que com a evolução das próteses e da implantação de chips ou demais equipamentos eletrônicos, associado ao avanço da engenharia genética, podemos pensar em diversas possibilidades de aumento de performance do corpo humano. Há diversos exemplos, que pode ser dados e podemos listar alguns: A implantação do celular em nosso organismo, obtendo as informações requeridas diretamente em nosso cérebro. Estas poderão ser transmitidas diretamente em nossos pensamentos, ou na nossa visão. Não precisaremos ver, saberemos! Outra possibilidade, seriam os chips associados a uma inteligência artificial, trabalhando de forma colaborativa com o nosso cérebro. Potencializando assim, os nossos conhecimentos, a nossa velocidade de aprendizado, o nosso raciocínio e, enfim, o nosso conhecimento. Não será mais necessário estudarmos uma língua estrangeira, ou aprendermos a pilotarmos um avião, ou entendermos a lei da relatividade. O aprendizado será quase automático.

Pelo campo das próteses, a evolução natural seria a confecção de exoesqueletos, no qual poderíamos aumentar agressivamente as nossas habilidades, como força, defesa, destreza e outros. Podendo utilizar um traje desses para carregar cargas bem pesadas, eliminando uma empilhadeira, ou servindo como meio de locomoção, podendo ser por terra, mar ou ar. Talvez, chegue um momento, que seja possível voar como um pássaro, mergulhar como um golfinho e correr como um guepardo, sem termos a necessidade de possuirmos capacidade atlética para isso. Além disso, tanto os exoesqueletos, quanto os implantes cerebrais poderão ser utilizados em animais, como por exemplo, animais cibernéticos a serem utilizados para monitoramento de plantações, ou para contaminação de rios, mares ou oceanos, sendo utilizados com a finalidade de análise, ou de remediação de algum problema encontrado.


Obviamente, que o tema faz as nossas imaginações fluírem para diversas possibilidades, até chegarmos nos robôs autônomos. Acredito que ainda estejamos longe de termos amigos autômatos. Robôs com finalidades especificas já existem em nosso mundo, como os robôs de soldagem de uma produção de carros ou outros com funções específicas. Devemos ter um avanço nessa área de forma gradativa, tendo robôs cada vez mais presentes em nosso cotidiano, até chegarmos nesse último estágio. Nesse momento, provavelmente, já teremos uma série de equipamentos autônomos e a nossa sociedade deverá ter passado por uma grande transformação.

Muitos desses exemplos sugerem, que a nossa capacidade de trabalho poderá ser afetada dramaticamente, porém por outros aspectos, poderemos ter a nossa capacidade intelectual potencializada a níveis nunca vistos. O que irá vencer ou qual equilíbrio será estabelecido, ainda é uma incógnita.


Computadores Quânticos

Talvez, seja a tecnologia mais esperada pelos especialistas, dentre todas já apresentadas. Com a promessa de mudar o nosso poder de análise e compreensão dos fatos, com a capacidade de ampliar o nosso conhecimento atual de forma exponencial, a computação quântica possibilitará entendermos de coisas, que ainda não compreendermos. Permitindo que a raça humana evolua, de forma a entendermos os grandes mistérios, que ainda existem, como a criação do universo, ou como se dá a vida.


Em sua concepção, o computador quântico é um dispositivo, que executa cálculos fazendo o uso direto de propriedades da mecânica quântica, ou seja, a escala de processamento desse equipamento é atômica, ou subatômica. Podendo ser constituído no posicionamento de prótons e nêutrons, ou no posicionamento dos elétrons e pósitrons, ou no posicionamento de partículas quânticas. Há diversas empresas trabalhando no desenvolvimento deste equipamento e, cada uma delas, tem atuado com um modelo próprio. A ideia não é detalhar os tipos de operação do equipamento, mas sim, entender as consequências, que nos trarão. Dessa forma, resumidamente, o computador quântico nos trará um ganho absurdo de velocidade de processamento e, portanto, uma redução no tempo de cálculos complexos. Para que se possa ter uma ideia desse ganho de processamento, uma quebra de criptografia, poderia levar cerca de 10 mil anos para ser executada em um notebook bom e novo. Já em um computador quântico, isso poderia levar um segundo.


Tal velocidade só é possível, basicamente por dois fatores. O primeiro seria o processamento em escala atômica, ou seja, o que aumenta a capacidade dos chips e, segundo, pela utilização da mecânica quântica na linguagem de processamento. Atualmente, os computadores trabalham com linguagem binária, o famoso 1 e 0 e, de forma seriada, ou seja, se precisar fazer dez atividades, ele irá executar um de cada vez. No caso do computador quântico, ele utiliza uma linguagem diferente, além do 1 e do 0, ele poderá ter os 2 números ao mesmo tempo em superposição, ou seja, ele poderá ser o 1 ou o 0 ao mesmo tempo. O que possibilita a realização de cálculos simultâneos e não sequenciais. Obtendo-se um ganho exponencial de velocidade nos cálculos a serem executados.

A compreensão do conceito é complexa, mas os resultados esperados são mais simples e animadores. Como mencionado, há diversas empresas desenvolvendo essa tecnologia, inclusive disponibilizando para testes. A IBM, por exemplo, já possui um computador quântico, denominado IBM Q, disponível para ser utilizado, mediante aprovação prévia. A D-Wave promete entregar ainda esse ano um computador quântico ainda mais rápido que o da IBM, para ser utilizado em testes. De qualquer forma, possivelmente, não teremos computadores quânticos em nossas casas, pois a tecnologia atual nos atende bem e deverá nos atender ainda por muitos anos. Outra razão, são as condições de operação dos computadores quânticos. Há uma série de questões, que ainda não estão resolvidas, a principal é a instabilidade atômica das partículas. Para que elas não mudem de posição, ou seja, uma partícula designada como 1 não vire um 0, elas precisam estar em condições extremamente estáveis, caso contrário o processamento não será efetivo. Dessa forma, os computadores quânticos têm sido construídos para operarem em temperaturas muito baixas, próximo do 0 absoluto (-273oC) e em estruturas, que não permitam trepidação. Em resumo, não são condições simples e fáceis de serem obtidas. Dessa forma, os computadores quânticos deverão estar disponíveis para serem utilizados em nuvem e terão como principal foco a análise de dados.


Quando mencionamos a análise de dados, claramente, não são análises simples, mas sim, as análises, que não temos a capacidade de realizar atualmente. Um exemplo, que já foi mencionado nessa publicação, é a tradução do gene humano. Com essa velocidade de processamento, a tradução de uma cadeia de cromossomos torna-se possível para entendermos a sua função e descobrirmos a sua funcionalidade de forma muito mais rápida e viável. Outro exemplo, seria a astronomia e a física como um todo. Tanto na concepção de cálculos complexos físicos, quanto no aspecto exploratório do universo. Novamente, um ramo com uma quantidade absurda de dados. Um último exemplo, seria a potencialização da nanotecnologia, o que deverá gerar um ciclo virtuoso de evolução, uma vez que a medida que a nanotecnologia evolui, a computação quântica poderá evolui também.


Caso se confirmem todas essas projeções, possivelmente, teremos uma evolução de todas as tecnologias existentes. Simulações complexas, testes poderão ser executados de diversas formas, possibilitando explorar um conhecimento, que ainda não enxergamos. Poderemos ter um salto de conhecimento ainda não visto. Talvez, seja um sonho, mas quem sabe, não viabilize uma viagem intergaláctica, o fim de todas as doenças, a imortalidade e assim por diante.


Para fecharmos o artigo...


Nesta última publicação, nos permitimos imaginar, talvez, sonhar dentro das projeções. Claro, não foram frutos apenas de pensamentos, mas sim, do entendimento de cada tecnologia, desde o seu funcionamento até o resultado, que se espera e, dessa forma, tentamos extrapolar as próximas consequências. Mantivemos, na maioria das vezes, o viés positivo destes impactos, porém sempre nos deparamos com possibilidades negativas. Entendemos que para atingirmos essa “evolução humana”, tudo terá que decorrer de forma sadia nesta evolução tecnológica. Contudo, isso não é uma unanimidade entre os grandes cientistas atuais. De certa forma, há um pessimismo, quanto a esta evolução.


Para que possamos exemplificar, Stephen Hawking em uma entrevista à BBC em 2014 sobre Inteligência Artificial, disse: “O desenvolvimento da inteligência artificial completa poderia significar o fim da raça humana… ela se tornaria autônoma e se redesenharia a um ritmo cada vez maior. Humanos, que são limitados pela evolução biológica lenta, não poderiam competir e seriam superados.". Mais um exemplo, o cientista britânico, Kevin Warwick: “O futuro parece ótimo, se você é um ciborgue ou um robô com IA. Se você é uma pessoa comum, seus dias estão contados.”, ou seja, previsões bem pessimistas, quanto a evolução da tecnologia. Além disso, os primeiros impactos destas, segundo Hawking, já deverão ser sentidos em 2030 e 2045.


O futuro, realmente, é uma incógnita, porém possui um grande potencial de transformação. O caminho deverá ser traçado por nós, pessoas do mundo e esta preocupação, da utilização positiva das novas tecnologias, já pode ser sentida na ONU com a abertura do programa AI4Good. Programa sobre Inteligência Artificial, no qual está dividido em quatro grupos de estudo: 1) IA aplicada às imagens de satélites; 2) IA aplicada à saúde; 3) IA aplicada às cidades e comunidades; e 4) Ética e confiabilidade na IA. Neste caso, especificamente, a discussão tange as implicações éticas e morais na utilização da Inteligência Artificial, para que transcorra de forma positiva e produtiva para a humanidade. Trata-se de uma primeira iniciativa de controle, mas não deve ser a única.


Há pouco tempo em Davos, em 2019, no fórum mundial de economia, um dos principais tópicos abordados, foi justamente o impacto de todas essas tecnologias na economia mundial. Para que possamos ter uma ideia do peso destas tecnologias, alguns estudiosos, mencionam, que elas trarão a “Globalização 4.0”. Nos últimos tempos, está cada vez mais popular colocar versões nas transformações, que estamos passando e iremos passar. Mas para facilitar o entendimento, a Globalização 1.0 seria a Revolução Industrial (A força do vapor e seus benefícios), a 2.0 seria a evolução tecnológica, que tivemos após a 2a guerra mundial, durante o período da guerra fria e a 3.0, após a queda do muro de Berlin, a disponibilização da internet e o crescimento dos mercados da China e da Índia. A “Globalização 3.0” seria o advento mais recente e o mais conhecido como: “A globalização”. Portanto, em pouco tempo, iremos passar por mais uma revolução, graças a essas novas tecnologias.


As publicações foram extensas, mas na verdade foi um resumo do que encontramos em nossas pesquisas. São temas muito ricos, que valem o aprofundamento, não somente pela curiosidade, mas visando a preparação profissional. Essas tecnologias ditarão as regras nas grandes, médias e pequenas empresas, independente do ramo de atividade. Com isso, encerramos mais um artigo, que será essencial para as nossas discussões futuras no mundo corporativo. Ele servirá como base, para que possamos entender a evolução na gestão e na forma de atuarem das empresas. Deixaremos um pouco, os sonhos e as imaginações de lado e voltaremos as entendimento das tendências do mundo corporativo.

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