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Como ser um grande profissional

Atualizado: 13 de ago. de 2021

Como podemos nos preparar para o futuro a partir de hoje? Quais habilidades, conhecimentos, treinamentos ou cursos devo investir, realizar ou apostar? Conhecimentos técnicos ou emocionais? Há uma série de dúvidas em um mundo em transformação e cada vez mais complexo. Como posso me tornar um grande profissional nesse ambiente?


Por Wilson Ziolli

4 de junho de 2019.



Nos nossos últimos artigos, falamos muito sobre o futuro. Às vezes, um futuro em 10 anos, ou em 5 anos, mas, dessa vez, vamos falar um pouco do hoje. Um hoje com olhar para o amanhã, pois estamos num mundo em transformação e algumas regras do bom profissional vem sendo modificadas. Além disso, quando falamos de um grande profissional, não importa o cargo, a empresa, ou o ramo de atuação. Um profissional poderá ser grande, trabalhando numa sorveteria, ou sendo um diretor, ou sendo um faxineiro, ou um CEO. O que irá diferenciá-lo é, em linhas gerais, o nível de conhecimento, o propósito e a ambição do profissional. Obviamente, que o conhecimento irá possibilitar a pessoa possuir mais experiências e habilidades, o que aumenta a sua chance de sucesso em sua carreira, porém sempre haverá exceções e, ao mesmo tempo, que não é o nosso intuito, discutir o desejo e a ambição de cada profissional.


Para falarmos de um grande profissional, é necessário entendermos a sua formação inicial até chegarmos a sua plenitude. Talvez, uma velha máxima sirva bem neste caso: O grande profissional começa a ser moldado “...no berço”! Mas aqui não falamos no sentido comumente utilizado, mas no aspecto familiar. Todo grande profissional é balizado sobre o seu nível de conhecimento para atuar na sua profissão, portanto o conhecimento é adquirido, de acordo com a aprendizagem, que terá no decorrer da vida. Podemos notar que a aprendizagem de uma pessoa vai mudando com o passar do tempo. Vamos fazer uma analogia com trilhas. No início das nossas vidas, temos uma trilha de aprendizagem bem definida, clara e, praticamente, obrigatória. Depois de passarmos por esse caminho claro, passamos para uma segunda fase, que seria a escolha, na qual escolhemos a trilha a seguir. Há opções, às vezes, ótimas, algumas duvidosas, mas escolhemos a trilha a seguir. A terceira e última fase, a mais complexa, é a fase onde criamos a trilha!

Parece um pouco empírico, mas vamos exemplificar: No início, temos uma trilha definida que precisamos percorrer. Esta seria a nossa criação familiar, depois a escola e, por fim, a faculdade. A parte inicial, é direcionada pelos nossos pais ou responsáveis e, na fase final, começamos uma transição para a fase 2, que seria, quando começamos a escolher a trilha, ou seja escolher a faculdade. O início da fase 2, teoricamente, se dá no fim da faculdade, pois é o momento em que as suas escolhas são realmente ratificadas e definidas. Essa definição é dada ao buscar um emprego, com o início da carreira profissional de fato. Em uma empresa, há caminhos traçados, oportunidades e você começa a escolher. Por exemplo, fiz administração de empresas e entrei numa área de marketing. Posso escolher seguir essa carreira, ou posso escolher mudar para uma área financeira. Geralmente, são caminhos que a empresa ou o mercado te apresentam como oportunidades. A terceira fase pode aparecer a qualquer momento, ou após um longo período de vivencia profissional, ou até mesmo, pode não aparecer, pois é a mais complexa e a que exige um alto grau de transformação. É a mais complexa, pois não há caminho, você tem que traça-lo, criar meios para aprender, para que possa atingir os seus objetivos. Podemos caracterizar essa fase, como sendo a fase empreendedora, ou a fase do futuro, pois será a mais explorada no futuro. Nessa fase, a auto-aprendizagem irá reger os próximos passos.

Logicamente, na vida nada é tão linear e há sempre exceções. As fases podem ser encurtadas ou interrompidas, a duração poderá ser diferente para cada caso e alguns pontos podem não ser vivenciados. Todas essas variações definirão o tipo de profissional que você se tornou ou se tornará. Muitos, até então, acreditavam que a profissão era determinada no primeiro emprego, ou na primeira graduação. Com o mundo volátil que vivemos e com o aumento das tecnologias passamos a entender que não. A vida é mais longa hoje, vivemos até os 70 anos em média e, ao mesmo tempo, tudo está mudando rapidamente. Dessa forma, se reinventar passou a ser algo recorrente no nosso dia a dia. Temos de nos adaptar às mudanças, pois elas acontecerão com muito mais frequência.


Outros dois exemplos para esclarecermos o conceito: o primeiro seria a trajetória de um camelô e o segundo de um CEO. Quando analisamos a trajetória de vida de um camelô, provavelmente identificamos uma primeira fase muito curta, tendo parado a sua escolaridade no ensino médio, talvez antes mesmo de conclui-lo. Deve ter trabalhado em alguma microempresa, ou algumas, onde também podemos considerar, que teve uma fase 2 curta e, por fim, uma terceira fase longa, pois teve que descobrir onde comprar os produtos, em que lugar e como vende-los, que tipos de produtos valem a pena, o melhor momento para comercializá-lo e, tudo isso, acontecendo várias vezes na sua vida profissional. Quanto melhor entender esse processo, ou seja, quanto melhor o seu aprendizado, melhor o resultado e o sucesso. Lembrando que há alguns casos de camelôs extremamente bem sucedidos, que se tornaram empreendedores de empresas, ou palestrantes de sucesso, mesmo tendo fases de aprendizagens curtas ou incompletas.


No segundo caso, do CEO, provavelmente identificaremos uma longa fase 1, passando por um ensino de ótima qualidade, tanto no colégio, quanto na faculdade. Deve ter iniciado a sua carreira profissional de forma bem mais tardia, quando comparada ao camelô e em alguma empresa bem estruturada, ou com um caminho profissional bem definido, pautado por resultados. Os estudos continuam na fase 2, por sua escolha, ampliando os seus conhecimentos com uma pós, MBA, ampliando as suas habilidades, treinando, praticando, arriscando e até atingir o sucesso, que neste exemplo, seria o cargo de CEO. Dessa forma, a fase 2, também, pode ser bem longa. O que determinará o início da fase 3, será a vontade de se reinventar, ou a necessidade. Tal guinada poderá gerar a abertura de uma nova empresa, ou a mudança da sua profissão, como abrir uma pousada no Nordeste, ou escrever artigos! Mas será um tempo, onde este poderá criar o seu caminho e terá que entender, como alcançar esses novos desafios.

Dessa forma, fica claro, que a aprendizagem no decorrer da vida é fundamental para qualquer carreira profissional. Independente do nível, da posição, dos objetivos e dos resultados obtidos, que poderão ser os mais diversos no decorrer da vida. O grande profissional, provavelmente, atingirá esse grau, após passar por inúmeras experiências, sendo elas bem sucedidas, ou não. Errar faz parte do aprendizado. Saber lidar com o erro, entender os motivos, trazer outros caminhos e assim acertar todos esses pontos, determinarão sua evolução profissional. Com isso, quanto maior o conhecimento adquirido por estudos, ou por vivência, maior a probabilidade de ser tornar um ótimo profissional. Além do conhecimento, como dissemos inicialmente, dois fatores contribuem para isso, que seriam: o propósito e a ambição. O conhecimento, junto com as suas características, irão determinar o seu propósito de vida, ou o seu propósito profissional, ou o norte para a sua carreira. A ambição irá determinar aonde você quer chegar, quais resultados espera atingir, os seus objetivos. Isso varia para cada pessoa e poderá variar no decorrer da vida, podendo ter momentos mais agressivos para resultados e outros mais tranquilos, mais confortáveis. Independente das escolhas, esses três fatores determinarão o seu norte e como poderão ser alcançados.


Até o momento, enaltecemos muito, o quanto o conhecimento é importante para o desenvolvimento do profissional. Mas será que somente o conhecimento basta? Na verdade, há outros fatores que merecem atenção e ajudarão a entender se o seu propósito combina com você, ou com o local de trabalho, ou com a sua profissão. Dividimos em quatro fatores:


· Características pessoais;

· Gestão técnica;

· Gestão emocional;

· Gestão física.


Talvez, o que mais chame atenção ao ler esses fatores, não sejam propriamente eles, mas sim, a palavra “gestão”. Falamos em gestão, pois não bastará para o grande profissional, ter conhecimento técnico, ou um conhecimento emocional. Ele terá que saber gerir esses conhecimentos e saber utilizá-los no momento certo e da forma mais adequada, isto é, saber fazer a gestão de todos esses conhecimentos. Quanto melhor a gestão destes fatores, maior a probabilidade de ser bem sucedido.

Para compreendermos melhor, vamos detalhar cada um destes fatores e vamos iniciar pelas características pessoais.


A maior parte das nossas características pessoais são determinadas “...no berço”. São oriundas da nossa família, origem, entre outros fatores. Muitas destas características poderão ser melhoradas, eliminadas, potencializadas, ou não serão alteradas no decorrer da vida. Contudo, elas determinarão quem você é, como você reage, aprende, cresce, pensa, decide, age, procede... Ter conhecimento das suas virtudes e fraquezas é essencial para a sua evolução. Muitas habilidades profissionais terão origem nestas características. Não apenas as melhores ou piores, todas podem ser trabalhadas e possuem seu espaço, basta entender onde podem ser mais bem acolhidas e bem utilizadas em prol de seus objetivos. Podemos dizer, que quanto melhor o entendimento das suas características, maior a probabilidade de evolução e, sendo assim, melhor o potencial de resultado na carreira profissional.

O segundo fator, a gestão técnica, seria a sua especialidade. Ela será de extrema importância entre a fase 1 e 2, podendo ser alterada no decorrer da fase 2, e te apoiar na fase 3. Por exemplo, você se forma em engenharia elétrica, inicia sua carreira numa empresa de engenharia, evolui, sobe posições até se tornar gestor da área de engenharia. Depois de um período, se torna gestor de desenvolvimento de produtos e, após mais um tempo, se torna gestor da área de marketing. Neste exemplo, a sua especialidade está baseada nos seus conhecimentos de engenharia. A partir do momento que você passa a ser gestor de área, sua especialidade começa a se transformar e você passa a ser um gestor de uma área A, B ou C, ou seja, sua especialidade passa ser a gestão: saber gerir os seus conhecimentos técnicos e saber captar novos conhecimentos é fundamental para a evolução. Primeiro você aprende, depois compreende, domina e utiliza de maneira assertiva e da forma mais adequada.


Durante muitos anos, a frieza e o pragmatismo eram muito difundidos. O profissional para ser bom, precisava saber separar o lado emocional, deveria ser frio na tomada de decisões. Esse posicionamento durou anos, até os estudos de inteligência emocional serem ampliados e mais divulgados. Em linhas gerais, ficou constatado que nenhuma decisão nossa é tomada sem algum tipo de emoção envolvida, é uma característica fisiológica do ser-humano e, não somente, psicológica. Saber lidar com a emoções, entender como acontecem e o que as desencadeiam é fundamental para o profissional. Hoje, há uma série de treinamentos e vertentes de conhecimento sobre o tema. Muito das suas características pessoais serão refletidas nas suas emoções. Buscar compreendê-las e saber como lidar com elas é de suma importância para o melhor desempenho no trabalho.

Uma diferença entre as características pessoais e a gestão emocional é a variação. As características variam pouco, demoram muito para serem alteradas e algumas jamais serão. Já as emoções variam o tempo todo. Sua felicidade no dia pode ser alterada, porque alguém bateu no seu carro. Se conhecer e saber lidar com suas emoções são habilidades, que destacam um profissional nos dias atuais. Tanto consigo, ou seja, para a sua gestão emocional, quanto para a gestão emocional da sua equipe, dos pares, ou até mesmo dos líderes.

Podemos dizer, que hoje, a gestão emocional é o grande fator de diferenciação do individuo, é o que fará com que se destaque. Ter essa sensibilidade e saber utiliza-la da melhor forma, traz grandes resultados. Não estamos falando em manipulação, mas sim, saber utilizar as emoções de forma honesta, transparente e em prol do bem estar profissional. No mundo atual e, principalmente, no futuro, as atitudes manipuladoras e desonestas não serão aceitas, pois a informação flui muito rapidamente, então posturas como estas poderão ser percebidas e mal vistas por todos, gerando descrédito e um efeito indesejado. Saber gerenciar as suas emoções não é simples e nem fácil, porém, descobrir maneiras de lidar com elas será essencial. Por exemplo, o controle de estresse. Sabemos que o estresse aumenta a nossa produtividade, porém seu excesso pode ser a nossa derrota. Saber controla-lo e mantê-lo num nível bom, é de extrema importância hoje em dia. Praticar esporte, ter um hobby, fazer meditação, realizar encontros com amigos ou familiares ajudam a equilibrar as emoções geradas pelo estresse e assim, conseguir controla-lo.


Esse é o ponto para o último fator, a gestão física. Para alguns, pode ser a mais fácil de todas, mas para outros nem tanto. A gestão física é a gestão da máquina, ou seja, do nosso corpo. Para termos uma boa produtividade, um bom controle emocional, precisamos ter qualidade de vida. Pessoas que conseguem ter uma boa qualidade de vida, são profissionais mais ponderados, mais motivadores e criativos. Buscar esse equilíbrio na vida é o fator chave de sucesso para o profissional, independente do ramo, posição, mercado... Infelizmente, não é algo fácil e para muitos, sequer é possível. Mas qualidade de vida varia para cada pessoa e pode ser encontrada de inúmeras formas. Encontrar uma forma de proporcionar qualidade de vida para você é essencial e, provavelmente, levará a alcançar o seu propósito.


A importância do propósito está em alinhar todos os seus interesses e, com isso, ser o principal fator motivador da sua carreira profissional. Todo o seu conhecimento e mais a sua ambição, irão determinar o seu propósito. Tendo um propósito definido, lembrando que ele pode mudar no decorrer da vida, você terá vontade de alcança-lo, pois ele te ajuda a sonhar. O que gera a motivação necessária para aprender mais, ter uma vida mais equilibrada, criando assim um ciclo virtuoso, positivo, essencial para o sucesso e para a evolução profissional. O equilíbrio destes fatores e o ciclo virtuoso, também, influenciarão nas suas decisões, tanto as do dia a dia, quanto as mais importantes da sua vida. Pois, quanto maior o conhecimento e o nível de informação que tiver, melhor a qualidade do cenário, mais controlada estarão as emoções e, portanto, melhor será a decisão a ser tomada. Na maioria das vezes, não teremos todas as informações disponíveis, mas com conhecimento, experiência, teremos um “bom senso” mais apurado e, portanto, conseguiremos tomar a melhor decisão.


O grande profissional conseguirá trabalhar com todos esses pontos e fatores, conseguindo utilizá-los de forma sábia, devido a sua sensibilidade ou conhecimento e, dessa forma, atingirá seus objetivos.


No futuro, grande parte das atividades serão desempenhadas por máquinas, ou melhor, pela tecnologia. Novas oportunidades surgirão e se reinventar será cada mais vez mais comum e frequente. Se conhecer bem, ter experiência, habilidades ter flexibilidade, adaptabilidade e foco serão fatores chave para a sua diferenciação. Para conseguir reunir todos esses atributos, somente um propósito claro e definido, possibilitará que o profissional se mantenha motivado e, portanto, diferenciado neste mercado complexo, que temos e teremos nos próximos anos.

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