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Gestão de pessoas, novos aspectos

Atualizado: 13 de ago. de 2021

Há novos aspectos que precisam ser destacados na gestão de pessoas. O mundo mudou devido a pandemia. Alguns serão transitórios e outros, possivelmente, não. Independente da área de atuação ou posição, precisaremos entender e aprender como lidar com tais aspectos. Será algo bacana? Será algo difícil? Será que me adapto? Cada um poderá dar a sua opinião, mas antes... veja a nossa... a nossa Tendências do Mundo Corporativo!


Por Wilson Ziolli

19 de abril de 2021.


A gestão de pessoas é um dos principais temas, senão o principal, no mundo corporativo. Já há inúmeras variáveis a serem avaliadas, metodologias e conhecimentos, que estão à disposição de todos para apoiar o profissional, sendo líder ou não, a gerir pessoas e equipes. O entendimento da gestão de pessoas não é só importante para o líder ou para quem almeja ser líder, mas é importante também para os colaboradores. Para eles entenderem a importância e os desafios de fazer parte de um time, de uma equipe. Dessa forma, devido a pandemia, alguns fatores estão se destacando e chamando a atenção das grandes empresas, o que deverá gerar mudanças significativas no comportamento dos profissionais atuais, trazendo novos desafios.


Dividimos estes fatores em dois grandes aspectos, um voltado à humanização da gestão e o outro, como consequência, das novas tecnologias. São dois aspectos bem interessantes e motivadores que, no entanto, geram consequências indiretas na gestão de pessoas, que gostaríamos de chamar a atenção. Claro, há muito a se dizer sobre esses temas, porém queremos levantar alguns pontos que nem sempre estão no foco das pessoas atualmente.


Iniciando pela humanização, os profissionais precisam se atentar a dois pontos: a diversidade e ao crescimento do trabalho em estruturas mais líquidas. Na diversidade, no seu espectro mais amplo, ou seja, em questões raciais, de gênero, LGBTQIA+, estruturais, etárias e, também, com relação às pessoas com deficiência. As empresas terão que ter uma postura mais ativa na disseminação do tema e, também, em fazer parte da solução. Ter uma postura mais inclusiva, assim como os seus colaboradores. Praticar, saber praticar, preparar as pessoas estão no foco das empresas e deverão estar na lista de prioridades dos profissionais. Nem sempre boas intenções são o suficiente para ter um comportamento inclusivo. Fiquem atentos!


Um outro ponto interessante, ainda tratando da humanização da gestão, é a questão dos novos talentos. Tradicionalmente, novos talentos são jovens, que estão entrando no mercado de trabalho. As empresas, grandes, ou startups, sempre buscaram arduamente atrair estes novos profissionais. Será que hoje, ou num futuro próximo, esse comportamento restará mantido? Será que os novos talentos serão somente os jovens? Num mundo mais inclusivo, mais diverso, mesclado por diversas gerações, será que não haverá mudanças nesse comportamento? Vamos deixar a questão para você refletir sobre esse tema. Este é um exemplo de onde a diversidade pode impactar.


O outro ponto dentro da humanização da gestão, está na estrutura das equipes. Há uma forte tendência desta ser mais líquida, ou seja, não tão rígida e ser alterada de acordo com a necessidade. De maneira simplificada, podemos dizer que há uma forte tendência do profissional atuar muito mais por projeto, mesmo que você atue sob o regime CLT. Em alguns momentos, poderá ser o líder de um projeto e, em outros, um colaborador. Ter a equipe certa na hora certa será um dos grandes fatores de sucesso da empresa, ou do projeto. Além disso, tem que se pensar: a equipe está preparada para atuar dessa forma? Como encaixar as equipes a essas necessidades mais pontuais ou temporárias? Os profissionais terão que ser mais especialistas, ou generalistas? Todos esses pontos precisam ser levados em consideração e os profissionais que melhor se adaptarem a esse modelo, largarão na frente.


No aspecto tecnologia, a intenção não é falar das novas tecnologias, mas sim de algumas consequências, que elas trazem à gestão de pessoas. Novamente, vamos dividir em dois pontos: consequências diretas das tecnologias e o papel dela na comunicação. Está última parece um tópico meio antigo, mas há alguns pontos novos interessantes que merecem ser abordados ao final.


Como consequência direta das novas tecnologias, a gestão deve preparar as pessoas para atuarem com elas, isto é, entender, conhecer as suas vantagens, as suas aplicações, além de prepará-la para identificar as melhores metodologias de implementação, por exemplo. Esses pontos exigem atenção de todos e independe da área. A busca do melhor balanço entre a quantidade de colaboradores versus a produtividade deverá ser preocupação de todos na empresa. Portanto, quem ampliar o seu conhecimento nestas novas tecnologias, estará melhor preparado para enfrentar novos desafios. Estas novas tecnologias serão as principais fontes de vantagem competitiva das empresas, portanto conhecê-las é uma necessidade. O gestor precisar entender qual a melhor maneira para preparar a sua equipe e as prioridades, assim como o profissional. Ele não deve esperar, precisa buscar esse conhecimento.


Por fim, a comunicação. Com a pandemia, aumentou-se a necessidade em home office (o que não é novidade!), mas provavelmente ao fim da pandemia não voltaremos ao modelo anterior (presença contínua), a maioria deve adotar um modelo híbrido. Dessa forma, teremos muito menos a presença física das pessoas nos escritórios e, também, atuando fisicamente juntos. Isso implica não somente no suporte técnico ou apoio aos colaboradores, mas envolve outras questões, como por exemplo, brainstormings. Como serão feitos? Ou, como iremos conduzir um redesenho de processos que envolvem várias áreas? Tudo isso gera a necessidade de adequação a vários conceitos de gestão. Um outro exemplo, alguns estudos de comunicação dizem que 55% da efetividade na comunicação de uma pessoa está relacionada a sua linguagem corporal. Eu consigo ter essa linguagem via vídeo conferência? Totalmente? Provavelmente, não. Então, como me adapto? Como posso melhorar a minha comunicação estando a distância? São preocupações, que precisam estar no seu radar.


Além destes pontos, há uma outra questão importante para a gestão. A empresa, hoje, atua como um filtro para a notícias do mundo. Os colaboradores entendem que as informações passadas pelas empresas são corretas, verdadeiras. Parece algo óbvio, porém, atualmente, vivemos em um mundo carregado de fake news. Cada vez mais, a tendência é que seja mais difícil identificar o que é e o que não é verdade, independente de questões políticas e econômicas. Portanto, se preparar e entender como repassar uma informação, como reagir e como atuar, exige um entendimento sobre segurança cibernética e outros temas que auxiliam na postura adequada do gestor. Isso afeta diretamente o “walk the talk”.


Para quem não conhece, a expressão “walk the talk” se refere a “praticar o que você fala”. Imagina você repassando uma fake news? E assumindo uma falácia como verdade perante a todos? Ou não praticar o “walk the talk” ? A notícia dos seus atos pode se espalhar rapidamente e isso se aplica a qualquer tipo de postura ou posicionamento. Um exemplo simples: o gestor diz: “todos nós precisamos usar máscaras”. Alguns minutos depois, ele é visto no estacionamento não usando a máscara. Rapidamente, essa informação se espalha e faz o gestor cair em descrédito. É um exemplo simples e atual, porém pode ser aplicado a questões mais delicadas, como diversidade, questões políticas e etc. Lembrando que, quanto maior a sua posição, mais você representa a empresa. Portanto, a novas tecnologias ajudam a provar ou não, o quanto você pratica o que fala e o que você passa de informação para os demais.


Além destes pontos, o profissional, e não somente o líder, precisará da tecnologia para se manter integrado e alinhado a equipe. As tecnologias disponibilizadas deverão ser utilizadas essa integração mesmo a distância, criar uma proximidade, quando não há de fato. As pessoas precisam se sentir mais próximas e dentro da estratégia das empresas, para se sentirem amparadas e motivadas a realizar as suas atividades. A coesão será complexa e um dos grandes desafios.


Talvez, mais complexa que antes, mas nada que não consigamos entender, fazer e nos adaptar. Ser adaptável é um dos grandes segredos dos grandes profissionais da atualidade. A evolução vem, modernidades chegam, erros acontecem, mas cabe a nós entendermos e aprendermos. Um grande ganho que o profissional teve com essa pandemia e, diria que importantíssima, é o gosto do profissional pela qualidade de vida. Ter tempo para praticar um esporte, para estar com a família, para viagem no momento e no tempo que achar mais interessante. Horários fixos, dias trabalhados, férias, são conceitos que deverão ser alterados e adaptados aos desejos dos profissionais, pois a qualidade de vida será, se já não é, uma das prioridades. Será que as empresas, gestores e colaboradores estão preparadas para isso? Tomara que sim, pois é muito bom poder trabalhar podendo pegar uma piscina às 10h, ou correr às 14h, ou poder viver em outra cidade na casa da praia ou no interior.


Se cuidem!

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