Ser um Super-homem ou um Vingador? Trabalhar num escritório, em casa ou num espaço criativo? Chefe é coisa do passado, mas e o líder, não? Como devo me comportar, atuar e gerir uma equipe no futuro? Muitas perguntas com muitas ou sem respostas? De qualquer forma, o gestor do futuro terá que responder.
Por Wilson Ziolli
14 de maio de 2019.
A riqueza de se pensar no futuro de forma estruturada e com informações consistentes, é notar a quantidade de possibilidades e cenários, que podem ser imaginados. Um assunto gera um cenário, este faz gerar um outro cenário, que de repente, te faz mudar de opinião ou tendência. Começamos a falar de Startups(1), onde a Geração Y é marcante. Falamos das gerações anteriores até chegarmos na Geração Z (2), que deverá ser importante nos próximos anos junto com as demais gerações, formando um caldeirão, que será fortemente influenciada pelas inovações tecnológicas.
Novamente, o mix de gerações propiciou um novo pensamento, um novo estudo: sobre como deve ser o profissional do futuro(3)- lembrando que já tínhamos abordado o futuro da empregabilidade(4). Portanto, falar do profissional do futuro, claramente, nos fez pensar sobre como deveria ser o gestor do futuro. Num mundo complexo com muito conhecimento disponível, onde as pessoas buscam atuar de forma independente, mais colaborativa, menos hierárquica, como deverá ser esse gestor? Antes de falarmos do futuro, é importante lembrarmos como era e como é a gestão hoje. A evolução da gestão é importante para entendermos, quais os possíveis próximos passos, que deverão se dados em prol da liderança corporativa.
Até hoje, ainda vemos pessoas compartilhando nas redes sociais a comparação entre chefe e líder. Algo, que no nosso ponto de vista, já deveria ter sido superado há anos, porém, devido aos diferentes graus de maturidade da gestão e das empresas, é um assunto recorrente e ainda deverá ser, pois a gestão antiga era muito pautada na hierarquia e no poder. As equipes eram mais submissas e a quantidade e velocidade das informações disponíveis ainda eram baixas, uma vez que não tínhamos internet ou, até mesmo, computadores. A comunicação era basicamente via gestores, você concordando ou não com ela. A medida que a informática dominou as empresas, o fluxo de informação aumentou, inclusive em nível global, aumentando assim, a velocidade das atividades, das decisões, resultados e, porque não dizer, das críticas e dos questionamentos, além do sucesso e dos fracassos. Portanto, as equipes tornaram-se menos submissas e passaram a ser mais participativas na gestão.
Contudo, apesar do ganho de liberdade nas atividades das empresas, o volume de trabalho aumentou, a pressão por resultados também e a vida dos colaboradores se tornou mais estressante, gerando consequências graves, como o abandono da vida pessoal, a desmotivação e a insatisfação. Os gestores, sob a pressão dos resultados, ainda precisam encarar a solidão, pois precisam defender os interesses da empresa, até mesmo, quando não concorda. Ao mesmo tempo, que há uma forte concorrência de colegas, pares e a satisfação do seu chefe. Há uma máxima, que diz: “Quanto mais se sobe na carreira, menos é você, mais é a empresa”. O gestor precisa ser forte, hábil e saber lidar com as emoções, talvez, precise ser frio. Ele pode até ser vulnerável, mas não pode ser frágil, precisa atuar o tempo todo em prol da empresa, ser um workaholic.
Obviamente, que traçamos um cenário pesado, porém acreditamos que muitos já vivenciaram algo nesse sentido. Se olharmos as empresas mais tradicionais e antigas, ainda veremos muito desse cenário, porém já há tentativas de abandonar essa realidade. Quando olhamos as empresas mais jovens, como as Startups, dificilmente, veremos um ambiente de gestão como o mencionado no parágrafo anterior. Esse novo ambiente de gestão, que vem surgindo, onde há uma liderança temporária, não há mais posições hierárquicas e se busca um equilíbrio com a vida pessoal, é uma forte tendência. Já percebemos que as grandes empresas já tentam copiar este modelo, investindo fortemente nesta nova gestão. Ainda estamos num momento de transição e, provavelmente, ainda teremos bons anos até que esse processo se conclua.
Hoje, quando olhamos para esse passado recente, tendemos a criticá-lo fortemente, porém devemos lembrar, que ele foi um modelo de gestão extremamente bem sucedido. Graças a essa forma de trabalho, evoluímos tanto tecnicamente, quanto intelectualmente, gerando uma infinidade de recursos, desde equipamentos, a metodologias, entendimentos das nossas emoções e muitos outros exemplos. A tecnologia vem evoluindo rápido, possibilitando compreender como funciona o nosso intelecto, nossas emoções, nossa produtividade, criatividade e assim por diante. Assim como o mundo e as pessoas, como dissemos, a gestão também está em transformação. Ela terá que se adaptar a essa nova realidade, onde as pessoas estão mais participativas e colaborativas, os resultados deverão ser buscados em cima da motivação de todos da equipe e não mais sob o estresse pesado. Valores sociais e pessoais terão ênfase tanto quanto, os resultados. O modelo anterior, pelo jeito, se esgotou, porém abriu passagem para uma série de inovações, que ainda estamos compreendendo.
Conciliando estes fatores mencionados de transição com o cenário proposto de empresa no futuro, poderemos entender, como deverá ser o gestor do futuro. No artigo anterior (3), descrevemos o que, na nossa visão, será a empresa do futuro. Resumidamente:
Alta bagagem tecnológica, propiciando uma operação, praticamente, autônoma e automatizada. Baixa quantidade de pessoas atuando;
Busca frenética por inovações;
Lucro sustentável. Não somente o aspecto financeiro, mas o ambiental e o social passam a ter o mesmo peso;
Além da transparência e ética, a cultura deverá, realmente, conter e disseminar o propósito da empresa de forma verdadeira;
Gestão atuante por projetos com equipes multidisciplinares;
Flexibilidade e adaptação. Não importa o local, o horário, ou se são profissionais da empresa ou temporários, o propósito da empresa norteará os profissionais;
O conhecimento será buscado de acordo com a necessidade;
A cultura da “tentativa e erro” fará parte da cultura da empresa;
A busca pelo equilíbrio entre metas e vida pessoal, norteará a atividade da empresa.
Podemos perceber, que vários destes conceitos, já vem sendo aplicados em algumas empresas, porém eles serão potencializados e deverão ser comuns a todas elas, independente do seu tamanho ou do mercado que atuam. Essa transformação hoje parece óbvia, porém não é fácil, uma vez que derruba uma série de conceitos utilizados há anos na cultura das empresas. Os novos conceitos não são somente palavras, mas mexem verdadeiramente com a cultura das empresas e, para que essa mudança seja bem sucedida, deverá ser assimilada por todos de forma real, caso queiram ter sucesso nesse futuro. A mudança de cultura de uma empresa é um movimento complexo e longo, pois deve encontrar um equilíbrio entre a tradição e o futuro, ter bom resultados e manter a satisfação dos colaboradores e dos clientes.
Sair de um modelo, que rege as organizações há décadas, realmente, não é simples. Além disso, toda mudança é custosa e causa reatividade, tanto na corporação, quanto nos seus colaboradores. É preciso ter um alto nível de maturidade e não apenas seguir as tendências. Mas é necessário conhecer e compreender essas iniciativas e saber utilizá-las de forma razoável e equilibrada. Por exemplo, a utilização de coworkersatualmente. Alguns podem dizer, que seja a evolução do Home Office, outros que é a evolução de empresas “descoladas”. De qualquer maneira, é uma forma de você ter um ambiente, que fomente a criatividade e a inovação, ao mesmo tempo, que aproveite o benchmarkingdisponível no local, ou seja, a troca de experiências e, por que não, uma forma de colocar um custo fixo (o escritório) em um custo variável. Trata-se de uma ideia bem interessante, pois além de todas essas razões, há coworkersglobais e, portanto, você pode ter um local de trabalho em vários países no mundo, mesmo a sua empresa não estando lá. Mas, então qual seria a desvantagem?
Existem muito coworkers, que podem ter exagerado na dose na oferta de serviços disponibilizados no local, como por exemplo, bebida alcoólica a vontade ou DJs. Com certeza, muitos colaboradores ficarão felizes, mas trarão os resultados esperados? Talvez, para alguns tipos de negócios, mas para a maioria, provavelmente, não. De qualquer forma, acreditamos que, em breve, será encontrado um equilíbrio mais adequado, que combine todos os interesses envolvidos num local como este de trabalho. Lembrando que se trata de um exemplo e não podemos generalizar. Há diversos locais, cada um com suas características.
Outro exemplo, mas neste caso de gestão: “Antes precisávamos de um Super-homem, hoje dos Vingadores”. Claramente, a ideia é enaltecer o espírito de equipe, onde todos trabalham em prol de um objetivo. Porém, alguns podem entender também, que são super-heróis. Há muitos gestores conhecidos, usando desta frase para exercer o positivismo como o intuito de obter, manter ou aumentar a motivação da equipe. Sem dúvida nenhuma, o pensamento positivo traz inúmeros benefícios, gera crença, otimismo, vontade, gana e vários sentimentos, que podem nos ajudar a atingir os objetivos e sermos bem sucedidos. Mas precisamos ter cautela, pois a ilusão pode gerar uma enorme frustração e recuperar a motivação pode ser ainda mais difícil. Neste caso, somos super-heróis? Há super-heróis nas equipes? Precisamos ser super-heróis? O equilíbrio das ações e entendimentos irá direcionar e, cada um, ou cada momento, poderá dar uma resposta diferente.
Todos esses prós e contras são normais e o ajuste irá acontecer sempre. Tentar, errar, testar, errar... até acertar, será extremamente importante daqui pra frente, praticamente, será um mantra para todos os gestores e profissionais. O conhecimento não estará somente nas experiências, nos livros, nas escolas... uma série de inovações estarão no dia a dia e para entende-las, somente, tentando, errando, testando, errando... até acertar. Isto é, a cultura do “errar é feio, é incompetência!” cai e surge a cultura do “errar é sadio”. Já falamos sobre isso em vários artigos, pois é uma tendência notória entre os estudiosos do futuro. As inovações estão chegando de forma muito rápida, o material de estudo já não têm conseguido acompanhar todas essas mudanças, portanto compartilhar o conhecimento será algo muito importante, frequente e frenético entre os profissionais.
Juntando todos esses aspectos mencionados neste artigo, podemos resumir, que o gestor do futuro terá que ser flexível, ter a alma digital e global. Parece simples e não muito diferente, do que temos hoje. Contudo, o nosso mundo será muito mais complexo e as oportunidades de trabalho serão escassas, ou se transformarão drasticamente. Acompanhar esse ritmo e manter o destaque necessário para as atividades disponíveis, deverá exigir muitas habilidades.
A complexidade do mundo estará calcada, principalmente, na velocidade de entrada das novas tecnologias e na quantidade de informações que estarão disponíveis. Esses dois pilares gerarão uma quantidade de possibilidades, conhecimentos, alternativas, oportunidades ainda não vistas. Lidar com tudo isso não será fácil para ninguém, ainda mais para os gestores. Estes, além de serem profissionais do futuro(3), terão que possuir habilidades específicas e, talvez, o mais desafiador... conseguir a harmonia da sua vida profissional, com a sua vida pessoal.
Todos os pontos, que iremos abordar sobre o gestor do futuro, deverão coexistir em harmonia, por uma simples razão, a motivação. Se não estiverem em harmonia, provavelmente, a motivação será afetada e a performance poderá não ser a desejada. Além disso, há uma outra concepção, que já vem mudando, a separação da vida pessoal da vida profissional. Durante muitos anos, acreditávamos que a separação dessas duas “vidas” era a melhor forma de se manter o foco profissional e não abalar a vida pessoal. Contudo, com o decorrer dos anos, percebe-se quão difícil tem sido separar esses dois pontos e, ao mesmo tempo, nota-se quão motivador é para o profissional, quando se tem a vida pessoal e profissional coexistindo em harmonia. Tudo caminha mais fácil, de forma mais produtiva e criativa, gerando uma condição favorável para inovar e para se obter resultados.
O ponto central e primordial para todas as pessoas e, principalmente, para os gestores é ter um propósito claro. Não é à toa, que se trata de um assunto tão mencionado entre as empresas atualmente, a definição do propósito. Assim como nas companhias, as pessoas deverão ter um propósito e, teoricamente, o trabalho será um dos meios para alcançar este objetivo. A importância de ter um propósito está relacionada à motivação. Quando se trabalha por um propósito verdadeiro e bem definido, o profissional tende a se entregar completamente ao trabalho e, consequentemente, tende a entregar os melhores resultados. Dessa forma, o entendimento do seu verdadeiro propósito é de suma importância para cada um de nós. Lembrando que o propósito não precisa ser algo definitivo para vida. Pode ser algo temporário, interessante para aquele momento e, também, poderá gerar uma atuação em diversos lugares e, não somente, em uma empresa. Há uma frase que nos persegue há anos: “O que você quer ser, quando crescer?”. Antigamente, tínhamos que nos decidir antes de entrarmos na faculdade, o que queríamos ser quando crescer. Hoje, já sabemos que a mudança de profissão é algo viável, já conhecemos vários casos de mudança, ou como alguns intitulam, casos de “pivotagem”. A pivotagem é quando o profissional muda o rumo da sua vida profissional, saindo da sua carreira provável, para recomeçar em uma nova profissão.
Além do propósito, as vidas pessoal e profissional deverão fazer parte da evolução do gestor. Como comentamos antes, não há como separá-las e, na verdade, há um interesse em juntá-las , uma vez que isso potencializa a motivação. Contudo, juntar não quer dizer, que terá que misturar as “duas vidas”, mas a vida pessoal e a profissional deverão coexistir, como uma simbiose. Dessa forma, buscar formas e meios de manter a vida pessoal sadia será importante, para se obter equilíbrio emocional para as tarefas profissionais. O tempo da família, da diversão, da leitura são momentos, que ganharão ainda mais importância e deverão ser respeitados pelo seu trabalho. Poder ser você, poder gozar a vida, curtir a família não serão mais vistos como um ato de obrigação ou de irresponsabilidade, mas serão essenciais para se ter uma vida mais tranquila e prazerosa. Ninguém mais vai querer sacrificar a vida pessoal em prol do trabalho, o workaholic deve morrer. O salario ainda será importante, mas ter tempo para aproveitar a vida será ainda mais importante. Portanto, o mundo corporativo terá que estar atento para esse lado, caso queira ter um gestor motivado e produtivo em seu ambiente de trabalho.
Como encontrar essa vida pessoal positiva, cada um terá que achar a sua resposta. Além disso, ela poderá mudar de tempos e tempos. O que é bom hoje, pode não ser amanhã. Portanto, saber buscar, saber experimentar, ou gostar da mudança será algo importantíssimo para a vida desse profissional.
A mudança é o gancho para entrarmos no lado profissional desse gestor do futuro. Não terá outra forma, o profissional terá que gostar de mudanças. A velocidade do mundo será outra e o nível de informações compartilhadas será alto. Ninguém saberá tudo e, portanto, o trabalho em equipe será essencial para o sucesso. A mudança gera desconforto em todos, porém o gestor terá que se sentir confortável, pois será uma constante. O mundo será líquido, mutável, o gestor terá que atuar em vários projetos, ou até mesmo, em várias empresas ao mesmo tempo, poderá ter um emprego temporário e liberado para atuar em outros locais. Ter equipes com os mais diversos níveis de conhecimento e experiências. Dificilmente, teremos cargos, ou posições definidas, isso dependerá da sua atuação naquele trabalho: teremos papéis de atuação. O gestor terá que ser extremamente adaptável e flexível, ser sensível as causas e as equipes, saber a hora de ser mais duro, ou mais amável. A maturidade será o segredo do gestor, ele terá que lidar com equipes multidisciplinares, com jovens, seniores de diversas origens. A hora extra não existirá mais, o que importará será a hora útil, que poderá ser exercida em casa, num coworker, ou em um escritório.
Todo esse ambiente de mudanças, de bem estar e de compartilhamento de ações e decisões é fácil de entender sob a visão do colaborador. Mas abre alguns questionamentos para o gestor: como gerar autoridade e a responsabilidade da equipe em buscar os resultados? Será que a gestão da equipe será democrática?
A microgestão utilizada por anos deixará de ser utilizada Não por estar fora de moda, mas por causa do nível de informação e conhecimento que será requerido. O gestor deixa de ser o senhor de todo o conhecimento da área, para ser a pessoa que vai gerir uma equipe. Ele dará o norte, atuará de forma mais estratégica e irá acompanhar o rendimento de cada um. A equipe deverá ter autonomia e responsabilidade para atingir as suas metas, o conhecido ownershipdeixa de ser interessante e passa ser obrigatório. A autoridade será exercida de forma diferente, uma vez que a sensação de igualdade dentro da equipe terá que ser forte. O gestor deverá atuar com uma tensão positiva dentro da equipe, pois não teremos uma democracia, teremos compartilhamento de ações e atitudes. O gestor será responsável por fazer a equipe entender a necessidade de entrega e o papel de cada um naquele momento.
Algumas atitudes já vêm sendo utilizadas e continuarão, como por exemplo, a fomentação de pequenas vitórias e o exercício da positividade. Tais atitudes serão ainda muito utilizadas, porém acompanhadas de outras como o exercício da cultura do “errar é sadio”. Para isso, o gestor deverá ter habilidade de mitigar os erros, baixar o medo das pessoas em errar, saber aprender com os erros e virar a página rapidamente, além da fomentação do senso de dono, ou responsabilidade, ou se preferirem, o ownershipe o comprometimento de cada um. Além dessas atitudes, ser transparente, ser verdadeiro consigo, com os pares, com as equipes e com a empresa será vital. As informações correm rapidamente. Gestores “marqueteiros” ou “submissos”, que só repetem, o que a empresa quer, deverão sumir aos poucos, pois as equipes terão um senso crítico apurado e terão uma maturidade superior a atual. Logicamente, nossa visão está pautada nos cenários e nas tendências atuais. Essa transformação não será rápida e não acontecerá com todos ao mesmo tempo.
A gestão humanizada será essencial para o atingimento dos resultados e a fim de se ter uma equipe motivada. Por isso, que o propósito da empresa, do gestor e dos colaboradores deverão estar alinhados. Dessa forma, as ações acontecem de forma natural, não há necessidade de forçar a autoridade, o comprometimento, a resiliência e outras habilidades importantes para o sucesso. Falando dessa forma, parece um pouco utópico, porém as gerações vêm evoluindo de maneira que será obrigatório as empresas atuarem dessa forma. Quem vai querer trabalhar 12 horas por dia, sem ter vida pessoal, apenas para receber um salário no fim do mês? Qual empresa vai querer um funcionário assim? Ele será motivado? Terá os melhores resultados? Em virtude destas questões, que o mercado corporativo caminha para uma linha mais aberta de atuação e bem mais flexível. O nível operacional deve cair em virtude das novas tecnologias e colaboradores motivados serão a fonte de diferenciação de cada empresa.
Um último ponto de destaque, será a busca pelo conhecimento. A complexidade do mundo será alta, como já comentamos algumas vezes, e saber buscar o conhecimento será um diferencial. O gestor não conseguirá saber de tudo, mas terá que ter uma boa noção sobre as tecnologias. Os palpites ficam de lado e a análise de dados será o destaque. Teremos uma grande quantidade de dados disponíveis para serem analisados e saber interpretá-los da melhor forma, será um diferencial. Além disso, identificar sinais de tecnologias e metodologias emergentes será mais um diferencial. Não será fácil entender, implementar e monitorar todas as iniciativas, que teremos disponíveis. Essa é uma das razões para acreditarmos num aumento das terceirizações, mas este será assunto de um outro artigo.
Resumindo, como deverá ser o gestor do futuro:
Ter conhecimento tecnológico e estar antenado nas inovações;
Saber como buscar o conhecimento, a aprendizagem, ser curioso, self-learning;
Ser transparente, verdadeiro e honesto com os seus sentimentos, times e empresas;
Ser flexível, adaptável, saber se moldar à situação, ser “líquido”;
Saber fomentar com o erro, buscando a evolução, ser resiliente, ter maturidade para trabalhar com a diversidade de ideias;
Ser humano, saber ser forte e vulnerável, cobrar e ser cobrado pelas equipes, ser líder e ser liderado por eles;
Saber equilibrar a vida pessoal com a profissional. Saber propiciar um ambiente de trabalho positivo, para que os objetivos sejam alcançados por todos, gerar um ciclo virtuoso;
Ter um propósito claro e verdadeiro mesmo que temporário.
Se analisarmos esse resumo, não há novidades e muitas pessoas e gestores já buscam essas atitudes e habilidades. Contudo, o desafio é conciliar todos estes pontos na complexidade, que viveremos. Por isso, pode-se dizer, que o propósito é a chave para o sucesso, pois sendo ele verdadeiro, irá ajudar a conciliar todos esses pontos de forma harmônica, gerando a motivação necessária para enfrentar os desafios da empresa, dos times e dos mercados. Todos eles podem mudar com o tempo, podem ser alterados, a variação será constante e, com isso, o equilíbrio, o senso crítico e o bom senso serão fundamentais para a próxima jornada do gestor.
Podemos dizer, que a harmonia será o termômetro de uma vida equilibrada e feliz. Caso estes pontos não estejam harmônicos, é sinal que algo não está correndo como deveria. Do mesmo jeito, podemos dizer, que o propósito é o motivador das nossas vidas. Sem um, como poderemos num domingo, olhar para uma segunda-feira com um sorriso na boca?
Referências:
Todos os artigos mencionados no texto estão disponíveis no Blog TMC:
(1) “O que as Startups nos ensinaram;
(2) “Y + Z = O desafio da gestão”
(3) “O profissional do futuro”
(4) “Terei emprego no futuro?
Link: https://blogtmc.com