Uma das tecnologias, que mais chamam a nossa atenção e curiosidade nos tempos atuais. Às vezes, causando admiração, outras o temor de sermos substituídos por ela. O que é a IA, ou Inteligência Artificial, e o que podemos esperar dessa inovação. Será que perderemos os nossos empregos?
Por Wilson Ziolli
23 de novembro de 2019.
Dessa vez, vamos entrar em um assunto específico e uma das inovações, que mais causam curiosidade e dor de cabeça para os futuristas atualmente. Admiração, devido ao seu potencial, podendo ajudar a humanidade a atingir estágios de conhecimento ainda inimagináveis, mas por outro lado, causa temor, pois poderemos ser considerados obsoletos, perante essa nova tecnologia.
Nosso principal foco neste artigo, é discutir os principais impactos da Inteligência Artificial (IA) no mundo corporativo com o foco nas consequências sobre a mão de obra das empresas. A nossa intenção é tentar responder à pergunta, que mais nos incomoda: “Será que a IA irá substituir a mão de obra humana e perderemos os nossos empregos?”.
Como já devem ter lido em diversos artigos e, até mesmo, em alguns dos nossos textos, há inúmeras opiniões e nenhum consenso. Há pensamentos bem pessimistas e, também, outros bem otimistas. Nossa intenção é analisar as informações disponíveis e com muito bom senso, chegarmos a uma ideia ou conceito factível sobre as possíveis consequências.
A Inteligência Artificial é uma inovação que vem surgindo aos poucos, porém abrange muitas tecnologias e conceitos. Cada uma tem seu nível de maturidade, porém ainda estamos muito longe de termos uma IA autônoma, ou seja, que raciocine como nós. Antes de entendermos as possíveis consequências é fundamental conhecemos os tipos, aplicações, as principais vantagens, oportunidades e, no fim, explorarmos as consequências.
Para que possamos ter uma ideia, grandes consultorias globais e até mesmo grandes empresas já vêm considerando a IA, como uma das mais importantes tecnologias a ser implementadas nos próximos anos. Por exemplo, segundo algumas pesquisas e estudos realizados pela Amazon, há uma tendência de que 54% das atividades de uma empresa serão realizadas por algum tipo de máquina até 2026. Já a McKinsey, uma das maiores consultorias estratégicas do mundo, estima que 5% das operações de uma empresa poderão ser 100% substituídas por automações e 60% das operações poderão ser parcialmente substituídas, ou seja, percentuais extremamente elevados e com alto impacto nas corporações. Além dessas referências, a Gartner, também uma das mais respeitadas consultorias, estima que as empresas irão investir até 2022, cerca de 2,4 bilhões de dólares em automações.
Todas essas estimativas e investimentos mostram que o desenvolvimento de automações, ou de IAs, estão no foco das grandes empresas, gerando uma corrida para implementá-las e, também, para obter as melhores soluções. Na verdade, a Inteligência Artificial não é uma solução única, que podemos obter numa loja, ou num site, como se fosse um aplicativo, ou um Microsoft Office. Há diversas tecnologias sendo envolvidas e o nível de customização ainda é alto. Geralmente, uma solução de IA utilizada por uma empresa pode ser apenas parcialmente replicada para uma outra empresa, mesmo que atue no mesmo ramo de atividade.
Por exemplo, RPA (Robot Process Automation) e ChatBots são chamados de IAs, mas na verdade são tecnologias precursoras da IA, ou seja, poderíamos chamar de pré-IAs. Ambas são baseadas em roteirizações e simulações simples de programação, que geram um nível básico de automação. Ambas estão sendo bem utilizadas já em alguns processos transacionais, como por exemplo, um chat de atendimento ao cliente, ou um processo de emissão de pedidos de compra, ou emissões de notas fiscais. Não são consideradas IAs verdadeiras, mas possibilitam a automação de processos e estão se tornando cada vez mais sofisticadas, o que amplia a sua utilização. Comparadas com uma IA verdadeira, tem um custo muito baixo de implementação e não trazem grandes impactos de implementação nas empresas.
A automação começa a ser considerada como uma IA, quando ela apresenta algum tipo de independência, ou seja, ela começa a ter algum nível de aprendizado independente. Isso começa a ser possível com a adoção de uma tecnologia chamada de Machine Learning. Tal tecnologia possibilita que uma automação, como um RPA, consiga ter um nível mínimo de aprendizado na operação da tarefa pré-programada. Como, por exemplo, o Deep Blue da IBM, o primeiro computador a vencer o Kasparov, o maior xadrezista do mundo naquela época. Ele foi programado para jogar contra o Kasparov e à medida que transcorria o jogo, a IA foi aprimorando a sua programação inicial. Como registro, tal computador gerou o Watson, uma das primeiras e mais famosas Inteligências Artificiais a serem comercializadas no mercado.
Esta tecnologia ainda está no início do seu desenvolvimento e ainda tem um campo muito longo para perseguir, mas o potencial é grande. Atualmente, os especialistas estão classificando as IAs da seguinte forma:
Narrow (ou IA Fraca): Seria a IA que realiza uma única tarefa, uma única função. O que não quer dizer, que seja uma tarefa simples. Por exemplo, os carros autônomos entram nesta classificação. Eles precisam entender, compreender e reagir a inúmeras informações obtidas pelos sensores, inputs, informações e etc., para levar os passageiros ao destino desejado com segurança. Porém, elas possuem só uma função, servem apenas para “guiar” um automóvel;
Geral (Ou IA Forte): Seria a IA, que já realiza mais de uma função, ou tarefa. Tal IA já poderia gerir uma fábrica com uma série de equipamentos interligados (IoT), alterando os setups de acordo com a necessidade e nível de performance. Possui um nível de decisão, mas limitado por uma pré-programação;
Superinteligência: A IA com autonomia, ou seja, raciocínio. Seria o estágio máximo e mais avançado. Tomaria as decisões e aprenderia sem a necessidade de intervenção humana.
Esta é a classificação mais utilizada atualmente e podemos interpretá-la como uma escada de utilização a maturidade. Pensando dessa forma, nós ainda estamos no início dessa subida e demos o primeiro passo. Há muito o que subir e testar, para atingirmos o estágio mais avançado, que seria a superinteligência. Para alguns especialistas, a Narrow já está sendo aplicada, porém ainda em um estágio inicial. Tendo, pelo menos, uns 10 anos de desenvolvimento e aplicação. A IA Forte ou geral, deve começar a aparecer dentre 5 a 10 anos, ou até em 15 anos para ser desenvolvida e começar a ser aplicada no mercado. Já a Superinteligência, que seria a mais temida, ainda deverá ter um longo caminho até ser desenvolvida. Provavelmente, daqui 20, 30 anos, ou até mais, ou seja, ainda serão necessárias algumas décadas, para que possamos ter algum tipo de contato com essa tecnologia.
Claramente, que essas tecnologias têm um potencial enorme, não somente no mundo corporativo, mas em nossas vidas também. Independente do grau da IA, todas elas possuem um alto potencial de aplicação. As IAs Narrows, por exemplo, já substituirão as pessoas nas atividades transacionais, ou seja, as atividades puramente operacionais. Atividades, que podem ser roteirizadas e parametrizadas para que um robô possa fazer. Lembrando que a denominação “robôs” vem sendo utilizada para identificar atividades automatizadas e, não necessariamente, por possuírem um formato humanoide (acho que vale o registro!).
Dessa forma, entendemos que é um campo abrangente, pois as IAs Narrows, podem chegar ao nível de um automóvel autônomo, ou seja, podem substituir um caminhoneiro, um taxista e assim por diante. Com a evolução dessa tecnologia, os impactos nas posições de trabalho já serão enormes, o que inclui os trabalhadores de indústrias e de áreas administrativas. Atividades como emissão de pagamentos, compras, planejamento de demanda, departamento pessoal, entre outras, poderão ser realizadas por automações. O impacto ocorrerá em todas as áreas de uma empresa, sendo ela de grande ou pequeno porte. Portanto, muitas posições deverão ser eliminadas no decorrer dos anos.
Para termos uma ideia, quando olhamos para o Brasil, o potencial de utilização das IAs é um dos mais altos do mundo. A McKinsey fez um estudo detalhado sobre empregos no mundo em relatório divulgado em novembro de 2017. Um dos resultados obtidos, através de algumas simulações de cenários, foi a quantidade de FTE (Full Time Employee, que podemos interpretar como uma posição de trabalho) a ser dispensado em consequência da implementação de automações nas empresas até 2030. Eles conseguiram detalhar esse número por país, vejam a situação do Brasil e nos países com maiores impactos:
Argentina: 2,1
Austrália: 3,2
Brasil: 15,7
Canada: 4,7
China: 111,2
França: 5,6
Alemanha: 9,1
Índia: 56,9
Japão: 15,5
México: 8,8
Rússia: 11,3
Singapura: 0,8
África do Sul: 2,4
Coréia do Sul: 6,6
Reino Unido: 6,6
Estados Unidos: 38,6
Resultados em milhões de FTE
Ou seja, podemos entender que os impactos das automações, ou IAs no mercado brasileiro será um dos maiores do mundo. Cerca de 15,7 milhões de posições de trabalho serão eliminadas somente no Brasil. Praticamente, o equivalente ao nível de desemprego atual (próximo a 13 milhões de pessoas). Pensando somente no efeito negativo, poderíamos chegar a quase 30 milhões de desempregados no país, se as condições atuais forem mantidas.
Felizmente, essa análise não pode ser feita dessa forma sem considerar os demais impactos, que esta tecnologia pode trazer. A redução de custos obtidos com a dispensa de FTEs pode ser traduzido como um índice de produtividade na operação, isto é, essa redução de posições seria um resultado extraordinário. Contudo, há diversos outros fatores que precisam ser considerados, como os custos envolvidos na implementação, que não é simples e nem rápida.
As vantagens na utilização das IAs são inúmeras: agilidade de realização das tarefas, baixo índice de erro, custos menores, quando comparados a um FTE no longo prazo, sem restrições de horário de atuação, ou seja, poderão atuar 24 horas por dia, 7 dias por semana, entre outras vantagens, somente levando a IA Narrow em consideração. Se formos considerar a Superinteligência, os impactos serão ainda maiores, pois a IA será capaz de realizar raciocínios que nenhum humano realizou ainda.
Sem dúvida nenhuma, trata-se de uma visão assustadora, porém a história nos mostra que os resultados não são tão assustadores assim. Lembrando que pelos historiadores, estamos entrando na 4ª Revolução Industrial. A primeira seria a mais conhecida, baseada no vapor e na geração de eletricidade. A segunda veio pós 2ª guerra mundial, onde tivemos um grande crescimento comercial, principalmente, dos países capitalistas. A 3ª, seria pós queda do muro de Berlim, onde tivemos de fato uma Globalização, maximizada pelo uso da internet. Agora, estamos entrando na 4ª revolução, que está baseada nas novas tecnologias, dentre elas, a Inteligência Artificial (1).
Previamente a cada uma dessas revoluções, sempre houve o medo do fim do emprego ou de postos de trabalho, devido a substituição por máquinas, ou por indústrias mais eficientes. Contudo, os dados nos mostram o contrário. Na verdade, há uma transformação das profissões, ou seja, muitos trabalhos ou funções são realmente eliminadas, deixam de existir, porém outras profissões são criadas. Vejamos o gráfico abaixo:
Fonte: IPUMS USA 2017, US Bureau of Labor Statistics; McKinsey Global Institute Analysis
Podemos perceber que houve uma queda muito grande no número de postos de trabalho no mercado agrícola entre 1850 e 1950, contudo foram criadas várias outras posições nos mercados de varejo, atacado, educação, saúde, dentre outros, isto é, houve uma transformação dos postos de trabalho e não eliminação de posições.
Em virtude do que as IAs prometem nas próximas décadas e por ainda estarmos no início de uma nova Revolução Industrial, ficamos um pouco temerosos e reticentes com essa hipótese da transformação dos postos de trabalho ser válida neste novo momento, uma vez que ainda não visualizamos uma “luz no fim do túnel”. A luz ainda não pode ser vista de fato, pois ainda temos muitas dúvidas sobre esse futuro, que está por vir, porém uma claridade já é observada. Podemos dizer, que essa claridade é gerada por alguns pontos importantes. Estes já são suficientes para direcionar o mercado de trabalho e as ações para os próximos anos, por mais que muitos outros pontos ainda estajam sob uma escuridão, ou uma neblina.
Antes de falarmos destes pontos, é importante mencionar, que esse “novo mundo”, provocará uma enorme mudança em todos os sentidos, ou seja, teremos um grande período de transformação. Como sabemos, qualquer transformação gera impactos e nem sempre são sutis ou fáceis de encarar. Geralmente, um momento de transformação, que seja pessoal ou corporativo, é lento e dolorido. Somando-se a isso, estamos vindo de um período pré 4ª Revolução com gerações bem distintas e com comportamentos ou pensamentos diferentes entre si. Cada um visualizando esse norte de uma forma particular e tentando entender como se adaptar a essa nova realidade, para não se tornar obsoleto para o mercado de trabalho. Sem dúvida nenhuma, as gerações mais novas tendem a se adaptar mais facilmente. Porém, teremos um mix de gerações (2), que caminharão juntas e terão que estar juntas para serem bem-sucedidas.
Sendo assim, o primeiro ponto é o desenvolvimento desses profissionais para atuarem de forma diferente, ou até atuarem em profissões diferentes (3). Como já comentamos em outro artigo, até mesmo a maneira de estudar será diferente (4)! (Apenas uma observação, quem acompanha o “Blog TMC – Tendências do Mundo Corporativo” já deve ter notado, como os artigos publicados estão relacionados e se alinham a uma visão única de transformação, justamente, devido às novas tecnologias).
O tema aprendizado e transformação dos profissionais é tão importante que, por exemplo, a Amazon pretende investir USD 700 milhões em treinamentos em novas tecnologias para os seus funcionários, uma vez que já está claro que irá faltar, neste início, profissionais com conhecimento em novas tecnologias no mercado de trabalho. Quem conseguir ter esses profissionais antes em suas corporações, terá maiores chances de agarrar as oportunidades, oriundas das novas tecnologias e ser mais bem-sucedidas nos próximos anos.
Claramente, teremos um novo mercado de trabalho para os profissionais atuantes com as novas tecnologias. Porém, à medida que as IAs forem evoluindo, menos atividades operacionais existirão e, dessa forma, as pessoas terão que migrar pra profissões onde o diferencial humano se destaque. Atividades que exijam criatividade, flexibilidade serão o foco das pessoas. Além disso, a experiência atual de implementação de IAs nas empresas, demonstra que elas não trazem uma redução de custo expressiva, como era o esperado até então. O grande benefício delas estão no aumento de faturamento. Segundo a McKinsey, o ganho pode ser entre 1,3 a 2 bilhões de dólares com a utilização de algum tipo de IA nas empresas.
Tal fato decorre do longo período de implementação e aperfeiçoamento das IAs nos processos, que assumem. O monitoramento e acompanhamento tem que ser constante. Dessa forma, o profissional, que exercia um determinado posto que foi absorvido por uma IA, acaba sendo deslocado para a função de aprimoramento dela. Dessa forma, os melhores acabam sendo deslocados para funções mais voltadas a TI e análise de dados, criando assim, uma nova profissão e não a eliminação de um posto. Claro que numa equipe de 10 colaboradores, por exemplo, devem ficar 3 ou 4, mas o impacto a princípio é menor do que o imaginado. Por isso que se considera que 60% das atividades serão parcialmente e não totalmente substituídas. Provavelmente, até que atinja o nível de Superinteligência, muito trabalho ainda terá que ser despendido.
Outro ponto relevante, e que não irá mudar tão cedo, é o atendimento ao cliente. Sem dúvida nenhuma, este ponto será foco das posições de trabalho a serem preenchidas por pessoas. Os robôs e automações podem encantar e realizar algumas tarefas com mais eficiência que um ser humano, porém entender como o cliente quer ser atendido e como o produto, ou serviço pode ter mais valor agregado, ainda serão atividades relacionadas a pessoas. Lembrando que não estamos considerando neste artigo, possibilidades oriundas de aperfeiçoamento da capacidade humana através de IAs implementadas, ou seja, os ciborgues (consideramos ciborgues, pessoas que terão algum tipo de implante tecnológico, como por exemplo uma IA implantada no corpo atuando em conjunto com o cérebro) (1). Como ainda se trata de algo com pouca informação, preferimos não considerar. Contudo, será algo que, também, irá impactar significativamente as nossas vidas.
Dessa forma, podemos concluir que se ainda não há uma “luz no fim do túnel”, já há trilhos do trem e eles são visíveis. O mercado irá se transformar fortemente e, talvez, de uma forma ainda não vista. Portanto, as pessoas terão que se transformar e se adaptar a essa nova realidade se quiserem aproveitar as melhores oportunidades. Não será simples ou fácil, muito pelo contrário, há uma tendência histórica de que será dolorosa. Porém, quem souber entender, ampliar os seus conhecimentos nesse “novo mundo” e, principalmente, souber lidar com as novas tecnologias e os novos mercados, terá um mercado profissional rico e próspero. Naturalmente, alguns não entenderão e não conseguirão se adaptar, mas muitos sim. Em breve esse futuro estará muito claro e caberá a nós estarmos aptos a enfrentar, se reinventar e se flexibilizar para essa nova realidade.
Ainda há um longo caminho para ser percorrido até as máquinas poderem nos substituir completamente, mesmo quando considerarmos um crescimento exponencial na utilização destas. Contudo, caberá a nós, humanos, saber entender e a lidar com essa nova tecnologia e aproveitar todo o seu potencial. Um novo mundo poderá estar sendo aberto e, juntamente, com todas essas tecnologias, que estão por vir, podemos dar um salto intelectual, alcançando um novo patamar de raciocínio e de habilidades ainda não imaginados, ou melhor, talvez, apenas sonhados.
A Inteligência Artificial deverá trazer grandes impactos no atual mercado de trabalho, eliminando diversas posições. Porém, trará diversas e grandes oportunidades. Isso tudo não irá acontecer de uma vez e nem em um espaço curto de tempo. A transformação ocorrerá em décadas e por etapas. Ela será forte e dura, pois podemos estar criando uma tecnologia que pense e raciocine de forma muito mais avançada, que nós. Porém, ainda temos muito tempo para nos prepararmos e nos transformarmos e, assim, aproveitarmos as novas oportunidades, que a IA trará.
Referências:
(1) Vide a trilogia de artigos: “As novas tecnologias”, “As tecnologias do amanhã” e “As tecnologias do futuro”
(2) Vide artigo: “Geração S: uma nova geração ou uma nova oportunidade?”
(3) Vide artigos: “Terei emprego no futuro?” e “O profissional do futuro”
(4) Vide artigo: “A era da aprendizagem”
Todos disponíveis no site do Blog TMC
Link: https://www.blogtmc.com