As gerações Y e Z trouxeram uma série de inovações ao mercado, principalmente, devido a sua forma de pensar, agir e se comportar. Veio o sucesso, mas também o fracasso. O interesse pelo desafio, mas a desmotivação pelos resultados, ou seja, um desafio para a gestão das empresas.
Por Wilson Ziolli
4 de abril de 2019.

Geração X, ou Y, talvez Z, ou agora a Alfa. Mas já tivemos os Baby Boomers, a Grandiosa, a Silenciosa e até mesmo a Perdida. Desde o século XX, as gerações vêm recebendo nomenclaturas, a partir do momento, que passam a apresentar comportamentos distintos, que na verdade estão interligados. Falar em gerações hoje é algo usual, principalmente, por causa da Geração Y, ou Millennials, que provocou uma grande revolução nos dias atuais. Porém, antes de entrarmos no impactos destas transformações na gestão corporativa, vale a pena entendermos as gerações anteriores para depois, tentarmos antever como as próximas gerações poderão se comportar e quais serão as consequências. Lembrando que, hoje, somos um caldeirão de gerações. Convivemos com pessoas das gerações Alfa, Z, Y, X, Babies e até da Geração Silenciosa.
As gerações são definidas pelo seu padrão de comportamento, ocasionado por algum advento importante e são estipuladas através do ano de nascimento. Não há um consenso entre os analistas sobre qual seria o ano mais correto, contudo, todos eles utilizam uma estimativa para determinar o período de cada geração. Além disso, as gerações são sempre frutos das gerações anteriores, ao mesmo tempo, que elas acabam influenciando as gerações presentes naquele momento. Pode ser que tenha ficado um pouco confuso, porém conhecendo as gerações e os adventos importantes, poderemos entender facilmente esses conceitos:
1. Geração Perdida:Nascidos entre 1883 e 1900.
Fato importante: I Guerra Mundial e o período posterior.
2. Geração GrandiosaouGrande Geração: Nascidos entre 1901 e 1924.
Fato importante: Grande Depressão de 1929.
3. Geração Silenciosa: Nascidos entre 1925 e 1945.
Fato importante: II Guerra Mundial e Guerra da Coréia.
4. Geração dos Baby Boomers: Nascidos entre 1946 e 1964.
Fato importante: Guerra Fria.
5. Geração X: Nascidos entre 1965 e 1980.
Fato importante: Popularização dos computadores.
6. Geração Y ou Millennials: Nascidos entre 1981 e 2000.
Fatos importantes: Internet e início dos Smartphones.
7. Geração Z: Nascidos entre 2001 e 2010.
Fato importante: Popularização dos Smartphones e mídias sociais.
8. Geração Alfa:Nascidos a partir de 2011.
Fato importante: Ainda em desenvolvimento.
Podemos perceber que até os Baby Boomers, as guerras ditavam o comportamento das gerações e depois, a tecnologia passou a ser um fator determinante de definição das gerações. Obviamente, que não se trata apenas de um fato, na verdade, há vários. Mas todos eles geram consequências profundas nas gerações posteriores. Por exemplo: Na geração dos Baby Boomers, iniciou-se um processo de renovação das tradições e dos conceitos da sociedade. Houve uma busca por liberdade, por mais independência do estado, principalmente, nos países capitalistas. A liberdade de ir e vir, de casar, mas poder se separar, o surgimento do movimento feminista, dentre outros. Quando olhamos a geração posterior, a X, podemos perceber, que eles puderam desfrutar dessa busca. A Geração X já encontrou uma sociedade mais flexível, as tradições começaram a cair, ou a serem atualizadas. Um divórcio, por exemplo, não era mais mal visto. Foi um período de ruptura das tradições, questionar o que era feito e buscar a melhoria destas, estudar como aprimorar, desenvolver novas tecnologias, aumentar a produtividade das pessoas e assim por diante. O foco estava nas melhorias, na evolução e não mais nos conflitos, como a Guerra Fria. O que acabou iniciando um novo processo de Globalização.
A Globalização só foi possível, pois a tecnologia, ou melhor, a informática, passou a dominar o nosso dia a dia. Os computadores pessoais começaram a se tornar populares. Primeiramente, no ambiente de trabalho e, logo após, em nossas residências. Tivemos um salto de produtividade grande, trazendo consigo o desenvolvimento de novos conceitos de vida e de trabalho. Assim, iniciou-se o processo de desenvolvimento da sociedade moderna, criando a base e as condições propícias para a próxima geração, a Y. A Geração Y recebeu um mundo mais desenvolvido, global e conectado, devido a disseminação e popularização da internet. Os contatos com outros países deixaram de ser feitos por correspondências e começaram a ser realizados por e-mails. As informações passaram a ser transmitidas, quase que imediatamente. Não era mais necessário esperar o Jornal Nacional para saber o que aconteceu nos Estados Unidos, por exemplo. Com a conectividade, a Globalização se tornou ainda mais ativa, abrindo mercados, culturas, conhecimentos. A liberdade avançou mais alguns passos, uma vez que a internet possui regras independentes dos governos ou regimes e começou a romper os paradigmas, com o modelo tradicional de negócios e de como se sociabilizar. Dessa forma, criaram-se as mídias sócias, como o Orkut, depois Facebook. Ferramentas de comunicação on-line, como ICQ, MSN e Skype, o que iniciou um processo de mudança drástica no comportamento das pessoas.
Mais para fim da Geração Y, apareceu um aparelho, que iniciou um novo ciclo de rupturas, um novo ciclo de mudanças de comportamento da sociedade: o Smartphone. Com o Smartphone, a Geração Y começou um processo disruptivo forte dos mercados e, consequentemente, da sociedade. Veio uma onda de novos ricos, oriundos de empresas Startups criadas com base em aplicativos. Criou-se um terreno fértil para uma nova maneira de agir, pensar e se comportar, abriu-se passagem para a Geração Z. A Geração Z é fortemente influenciada pelo Smartphone. O equipamento tornou-se vital para trabalhar, entreter, sociabilizar, estudar, ou melhor, para quase todas as atividades, que realizamos no dia a dia. O mundo ficou sem fronteiras, a propriedade vem perdendo a importância, o compartilhamento ganhou destaque. Há liberdade de expressão em boa parte dos países, a liberdade de se relacionar, de ser quem você desejar (ainda há o que evoluir, mas passos importantes já foram dados), o propósito ganhou importância em relação aos resultados financeiros.
A próxima geração, a Geração Alfa, ainda está se desenhando, mas a tendência de ser influenciada pela Geração Z e pelas tecnologias será mantida. Provavelmente, será influenciada fortemente pelas novas tecnologias, como IA, pela genética, computadores quânticos, etc. Porém, antes de pensarmos na Alfa, ainda precisamos entender o comportamento das gerações Y e Z, uma vez que elas vem influenciando de forma agressiva os mercados, os negócios e, portanto, as empresas.
Toda essa grande introdução sobre as gerações torna-se relevante, justamente, para compreendermos o momento atual e dos próximos anos. As gerações trazem consigo sempre aspectos positivos, assim como, trazem aspectos negativos. A evolução da tecnologia e a forma disruptiva, como vem sendo aplicada, é um fator positivo. Mas como as empresas e as pessoas vêm assimilando e se preparando para elas, ainda é um fator preocupante, para não dizer negativo.
A gestão vem sofrendo uma imensa transformação, principalmente, por causa dos comportamentos destas gerações mais atuais. Uma grande empresa tem no seu quadro, funcionários de várias gerações trabalhando ao mesmo tempo. Cada uma com as suas virtudes e com os seus problemas. Não é fácil para a empresa ter uma gestão que consiga extrair os melhores resultados de todas essas gerações ao mesmo tempo. A Geração X, por exemplo, veio com um viés mais forte em busca de resultados e produtividade, criando uma geração de workaholics, que acabou culminando em uma gestão baseada em meritocracia. A Geração Y, também, tem o gosto por resultados e pela evolução da carreira, porém com mais independência. Possui um estilo forte de empreendedorismo, no entanto, ainda baseado em crescimento, mas num ritmo muito mais acelerado. Já em relação a Geração Z, essa história vem se modificando. Essa aceleração por evolução profissional e por ganhos em detrimento da qualidade de vida chegou num limite. Os resultados e remuneração têm a sua importância, porém a Geração Z se volta mais ao propósito, ou seja, o motivo pelo qual devem se focar no trabalho, a fim de colher resultados. Além disso, não pode ser qualquer motivo, ou fingir que há uma razão. É necessário ter um motivo verdadeiro.
Além desses fatores, há outros que são tão importantes quanto, como o estresse. Novamente, as gerações X e Y vieram mais bem preparadas para aguentar uma carga alta de pressão, uma vez que segundo estudos realizados, a performance de um profissional aumenta a medida que ele é submetido ao estresse. Essa ideia é utilizada até os dias atuais e possui resultados comprovados, por mais que não gostemos de saber disso. Detalhe importante, cabe ao gestor saber dosar essa cota de pressão (ou estresse), pois cada individuo tem o seu limite e ultrapassando este, o desempenho só tende a cair. A pressão não é imposta apenas pelo gestor ou pela empresa, mas pela própria pessoa que quer se destacar perante a família, sociedade, amigos, ou pela sua ambição e assim por diante. Esse nível de estresse vem aumentando por todos os lados, seja pela concorrência do mercado, de outros profissionais, pela necessidade de dinheiro, mas vem aumentando muito e de forma perigosa nos últimos tempos, devido a um fator: as mídias sociais.
A Geração Z entende de forma diferente esse equilíbrio, entre o estresse e a performance. Generalizando, eles buscam a felicidade, mas não estão dispostos a trabalhar 12h por dia para isso, ou trabalhar sob forte estresse para obter melhor posição, ou melhor salário. O mundo para eles pode ser compartilhado, não precisa ter posses. Não é preciso ser proprietário de um carro para viajar, ou ter uma casa própria. Gostariam de ser bem sucedidos, mas com algo que tenha um propósito verdadeiro, que valha um rendimento, mas que gere algo interessante para a sociedade. Dessa forma, há uma forte tendência de morte do profissional workaholic.
A Geração Z é mais sensível à pressão e ao estresse. A desmotivação hoje chega rapidamente, principalmente, pelas mídias sociais. As falhas e acertos aparecem nas redes pelo Instagram, Facebook, YouTube em instantes. Todos ficam sabendo o que aconteceu. Há uma serie de “Influenciadores” mostrando o quanto são “felizes” e o quanto conseguiram conquistar, sendo que muitas vezes sem muito esforço. Mesmo não sendo nem verdadeiro, o que se aparenta. A pressão que todos nós recebemos hoje é crua, é direta, é sem filtro. Suportar isso não é fácil, principalmente sem uma estrutura psicológica forte, como acontece com as gerações anteriores.
Apesar de estarmos caracterizando as gerações, há sempre exceções e, também, não acreditamos que há gerações melhores ou piores. Na verdade, todas tendem a se adaptar e lidar da melhor forma possível com a realidade daquele momento. Saber trabalhar com o estresse, por exemplo, é algo que veio sendo talhado pelas primeiras gerações, que enfrentaram guerras e viviam sob extrema pressão. Contudo, com todos os avanços de tecnologia, movimentos de liberdade e a facilidade de comprar, a vida acabou se tornando mais prática.
Para exemplificar, veja a quantidade de presentes que uma criança ganha hoje no aniversário e compare com uma criança da década de 80. A diferença é enorme. Há diversos outros exemplos, mas de qualquer forma, essas facilidades acabaram eliminando o desafio ou a dificuldade, que se tinha para se conseguir as coisas. Esse padrão servia como uma espécie de treinamento para lidar com dificuldades e com as frustrações, ou seja, as gerações mais novas não passaram por essa vivência mais restrita e, portanto, não possuem uma estrutura emocional para aguentar uma carga emotiva mais alta, como o estresse e as frustrações. As mídias sociais são duras, são diretas e imediatas, não possuem filtro. Elas mostram uma realidade própria e mostram quem é bem sucedido e quem não é. O fracasso é mostrado para você o tempo todo, gerando uma alta pressão nas pessoas para serem bem sucedidas.
Todas essas consequências vêm acontecendo mundialmente em todos os mercados ou ramos de atuação. Não suportar um ambiente de pressão, um ambiente competitivo, acaba gerando consequências graves nas pessoas. Um exemplo bem recente, divulgado com mais detalhes em 2017, vem da NBA. A quantidade de atletas com sintomas de depressão está aumentando rapidamente. A NBA (National Basketball Association) é, simplesmente, o sonho de qualquer atleta de basketball. Jogar nessa liga seria a realização pessoal e financeira de uma vida. Então, como há atletas deprimidos? Não deveria ser um local de pessoas felizes e realizadas? Os relatos de vários atletas demonstram que não. A depressão já atinge uma quantidade alta de atletas e com tendência de aumento. A causa, segundo as primeiras análises realizadas, direciona para uma exposição prolongada ao estresse e a exposição a mídias sociais serve para potencializar o problema.
O ritmo de atuação deles durante a temporada de jogos é frenético, podendo chegar a 80 jogos por ano, às vezes em dias seguidos, em cidades diferentes e sem contato social. Além disso, suas atitudes são imediatamente criticadas nas mídias, atingindo um publico cada vez maior. Não esquecendo da pressão que sofrem por todos os lados, como a pressão, que vem da concorrência, dos companheiros de time, ou da família, ou o medo do fracasso. O salário, neste momento, em virtude de todo esse cenário, torna-se irrelevante. Dessa forma, todos estes fatores acabam gerando uma necessidade de isolamento em boa parte dos atletas, podendo ter como consequência a própria depressão, ou ansiedade, infelicidade e outros sintomas, que resultam na baixa performance do profissional.
Tal cenário encontrado na NBA, como dito anteriormente, é observado também nas empresas e nos lares. A Geração Y surfou, vamos dizer assim, no oceano azul que a internet criou. Mercados apareceram, empresas e novos ricos surgiram, ou seja, ser um sucesso era possível em pouco tempo e até com baixos recursos. Sendo assim, a Geração Y ficou caracterizada como criativa, disruptiva e, principalmente, bem sucedida. Contudo, esse oceano tornou-se vermelho, pois hoje já há concorrência. Empresas surgiram em um ritmo frenético. Obter o sucesso hoje é bem mais difícil, o que gera frustração e desmotivação. Vencer atualmente ficou difícil e passa pelo aprendizado de como lidar com o fracasso. Ter motivação para vencer o isolamento, as críticas, a ansiedade, a depressão e aprender a lidar com essas emoções e informações é um grande desafio e nem um pouco fácil. Aliado a tudo isso, temos ainda um horizonte mais complexo, pois teremos em mãos, tecnologias que prometem ser mais eficazes que muitos trabalhadores.
Com isso, doenças como depressão e os transtornos de ansiedade deverão ser os males dos próximos anos. Para se ter uma noção, segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde) no Brasil, já temos 5,8% da população diagnosticada com depressão e 9,3% com algum tipo de transtorno de ansiedade. Sendo que neste último, o Brasil é o campeão mundial, quando comparado com os demais países. Isso porque, teoricamente, estamos em um momento calmo da civilização, uma vez que há tempos não temos grandes guerras e nem grandes epidemias. Mesmo assim, a depressão já é a 4aprincipal causa de incapacitação de indivíduos no mundo. Infelizmente, a tendência é que haja um aumento de todos esses indicadores, justamente, pelas razões apresentadas antes.
Todas essas reações e consequências já são percebidas há algum tempo e deverão reger muitas das nossas atitudes e ações nos próximos anos. Por isso, torna-se importante entendermos todo esse contexto, desde a origem até as consequências mais fortes, como os males, que poderão nos atingir. Juntando todos esses fatores, é um grande desafio para as empresas e, principalmente, para a gestão obter a alta performance das equipes. As variações de desejos, posturas, comportamentos, frustrações são muito grandes, o que cria um ambiente complexo para compreender e tomar atitudes, que gerem a harmonia no mundo corporativo.
Provavelmente, o fator de sucesso está ligado a motivação das pessoas. Nos manter motivados, interessados e focados nas nossas atribuições é o grande passo para não termos uma geração, ou uma equipe ou pessoas com uma vida isolada ou depressiva. A mudança do perfil da gestão, do clássico chefe para o líder, já é fruto dessa necessidade. A busca pelo balanço entre a motivação e o equilíbrio emocional de cada pessoal é fundamental, para que um time ou uma empresa tenha boa performance nos dias atuais. Sendo assim, foram criadas uma série de metodologias, técnicas e condutas, que buscam atingir esse balanço, esse equilíbrio. Muitas delas são bem conhecidas, como o pensamento positivo, o entendimento e controle da Inteligência Emocional, a metodologia de Coach, a humanização do ambiente de trabalho, o MindFulness, entre diversas outras. Todas estas buscam dar a possibilidade para a pessoa conseguir encontrar o seu melhor equilíbrio emocional e de vida, para que se mantenha otimista e motivado para enfrentar os desafios e as pressões diárias, que recebemos por todos os lados.
Hoje em dia, graças a Geração Z, não basta termos uma bela posição e alto salario, queremos algo mais: queremos qualidade de vida! Todas essas ferramentas auxiliam nesta busca. Contudo, essa busca não é apenas um objetivo individual, mas se tornou hoje, um desafio corporativo. Para que uma empresa seja bem sucedida nos dias atuais, ela precisa contribuir para que seu funcionário tenha essa qualidade de vida. Isso é um fator primordial para se obter alto desempenho da sua equipe e, principalmente, para conseguir reter os grandes talentos. Lembrando que os rendimentos são importantes, porém, o propósito é tão importante quanto. Quando falamos em propósito, não falamos somente sobre fazer algo bom, ou interessante para a sociedade, mas também fazer algo que dê a possibilidade de realizar as vontades pessoais.
Dessa forma, as empresas vem adotando uma série de soluções e iniciativas para se adaptar a essa nova realidade, chegando até a transformar a empresa toda. Já mencionamos em outros artigos, mas ações como Home office, escritório com ambiente mais despojado e aberto, fomentação de Startups e utilizar a sua maneira de atuação, são exemplos da transformação que o setor corporativo passa para se adaptar a essa nova realidade.
Além destas, há ainda uma importante mudança de cultura. Como já dito, o fracasso nos ronda, contudo, por que não uní-la a grande máxima: “transforme algo ruim em uma oportunidade”? Ou seja, por que não transformar o fracasso em algo motivador, algo positivo, que gere frutos. Sendo assim, para a obtenção de resultados, muitas empresas vem adotando uma abordagem muito mais de médio e longo prazo, do que de curto.
Unindo as duas coisas, o fracasso e a motivação, estamos num momento frenético de evolução tecnológica e, consequentemente, o aprendizado deve ser no mesmo ritmo, ou ainda mais rápido, que o imposto por essa evolução. O que em boa parte dos casos não é atingido. Com isso, o aprendizado por tentativa e erro é a política, que vem sendo mais utilizada e mais bem sucedida, para nos manter na vanguarda da evolução tecnológica, ou seja, fracassar é bom! Claro, que todo erro ou fracasso precisa ter o seu risco controlado e mitigado. Mas errar, passa a ser algo importante no aprendizado das empresas, assim como, serve para aliviar a pressão e o estresse sob o colaborador, pois errar não tem mais o aspecto punitivo. Com essa abordagem, os resultados têm sido positivos e têm garantido diferenciação das empresas no mercado, o que gera resultados financeiros mais interessantes.
Além disso, a liderança têm um papel fundamental nesse processo. Voltando a NBA, há uma série de análises e entendimentos, que estão sendo realizados a fim de mitigar novos casos de depressão na liga. Alguns estudos demonstraram a importância do técnico neste processo. Foram entrevistados diversos técnicos reconhecidamente vitoriosos, buscando entender quais eram as atitudes e conduta destes, junto aos atletas, que os tornaram bem sucedidos. Como resultado, o que de certa forma já era esperado, os técnicos que atuavam com mais compreensão com cada atleta do time e fomentavam a colaboração entre eles, eram os que possuíam equipes mais vibrantes e mais vitoriosas. Exemplo de conduta: um técnico não interferia no time no primeiro tempo da partida, pois a intenção era que o próprio time encontrasse a solução. Interpretando de uma outra forma, ele fomentava a colaboração, descentralizava e respeitava as decisões tomadas pelos atletas, dava autonomia, entre outros fatores e, tudo isso com uma única atitude.
Um outro ponto importante, que influencia a motivação, é a segurança psicológica dos colaboradores. Ameaças como: desemprego e instabilidade na carreira acabam se tornando fantasmas, prejudicando o desempenho do profissional. O Google, por exemplo, vem tomando uma série de ações, de modo a gerar conforto nos colaboradores. O efeito é direto e já obtiveram resultados importantes de performance com essas ações. Entretanto, assim como o estresse, há limites nesta conduta. O excesso de segurança psicológica pode criar uma zona de conforto, o que não ajuda nos resultados. Todas essas iniciativas são novas e vem sendo estudadas. Claramente, não há uma solução definitiva e cada geração, ou individuo, tem as suas características e precisam ser trabalhadas separadamente. O desafio da gestão continuará a ser cada vez mais complexo, exigindo uma série de habilidades ainda mais sofisticadas e, cada vez, mais sensíveis.
Todas essas ações e atitudes visam adequar as empresas e a gestão a nova realidade de mercado e mão de obra, que está e estará disponível. Em breve, teremos corporações muito mais automatizadas e robotizadas, que gerarão índices de produtividade por funcionários em níveis muito superiores aos atuais. Contudo, a diferenciação ainda será dada pelos colaboradores, que integram as equipes. A quantidade de pessoas será menor, porém o nível requerido será bem superior. Para atrair estes talentos, a empresa precisará ter um propósito claro, atrativo, consistente e verdadeiro, que propicie um ambiente colaborativo, ágil, que fomente a criatividade, dê segurança psicológica aos funcionários e um verdadeiro balanço entre o trabalho e a qualidade de vida.
Independente das gerações, todas essas iniciativas trazem uma mudança drástica de postura e de comportamento das empresas. Esta transformação não é rápida e nem fácil e sim, é um grande desafio. Já sabemos que pessoas motivadas e felizes agregam e trazem inovação e criatividade para o ambiente corporativo. Contudo, isso não é mais só responsabilidade do individuo, mas sim, de toda a empresa. É uma mudança grande de postura das empresas, mas estes desafios sempre tiveram presentes e sempre foram vencidos por todas as gerações.
Como iremos influenciar as novas gerações ainda não está claro e ainda não é o momento de entendermos, pois ainda temos um grande desafio de gestão pela frente para vencer.